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Direitos LGBT na Câmara Municipal

As eleições ocorrem neste domingo e muita gente deve se perguntar: onde estão os candidatos e candidatas LGBT? De fato, ainda são escassos os partidos e as pessoas que apresentam propostas para esse segmento e, mais ainda, quem se assume como candidato/a LGBT. Na tentativa de reverter esse quadro, ocorreu nesta quarta-feira (1) no Bill Pizza Bar, em São Paulo, um debate com os candidatos a vereadores Léo Áquilla (PR), Marcus Fernandes (PSDB), Salete Campari (PDT), Jaques Channel (PMN) e Kaká Di Polly (PTN), todos representantes do segmento.

O público, com cerca de 150 pessoas, acalorou o debate com palmas, gritos e assovios. A dinâmica consistia em uma breve apresentação de cada um deles, seguido de perguntas feitas pela imprensa, que na ocasião contou com jornalistas do Dykerama, da A Capa, da G Online e do Mix Brasil. A primeira rodada contou com três perguntas feitas por cada um dos representantes desses veículos e na seqüência mais três perguntas feitas por leitores e leitoras, todas direcionadas.

Quem estava presente conferiu algumas propostas, algumas “alfinetadas”, boas idéias e, infelizmente, um certo despreparo político e social para lidar com as demandas da população LGBT. Os projetos e propostas para esse segmento devem ser feitos no intuito de unificar o coletivo tão diversificado de pessoas que compõem essa sigla, no entanto, é necessário cuidado para compreender que em termos de demanda política nem todo mundo pode ser generalizado como “gay”. Iniciativas como a Cads, da Prefeitura de São Paulo, e projetos de lei como o PL 122, que aguarda aprovação no Senado Federal, atendem a população “gay” como um todo, porém, é preciso ter cautela ao se elaborar uma agenda de propostas políticas para essa população.

Uma mulher lésbica necessita de políticas públicas tanto quando uma travesti ou um homem gay, mas não podemos negar que é preciso um estudo maior sobre questões de identidade de gênero, de sexualidade, de preconceitos decorrentes da nossa sociedade machista, para que essas propostas sejam elaboradas com o melhor aproveitamento possível. Não basta ser um candidato gay ou ser uma candidata travesti para ter uma agenda que contemple a população LGBT, é preciso ir além do que se vê.

Para mudar nosso atual cenário político é de extrema importância que eventos como o de ontem aconteçam. O espaço e o tempo foram pequenos para os/as candidatos/as aprofundarem em suas propostas, no entanto, ficou claro que os eleitores contam cada vez mais com a diversidade na política.

O segmento LGBT está se fortalecendo dentro dos partidos, ganhando voz nos órgãos do governo para além da visibilidade de um único dia – como na Parada do Orgulho – e também conquistando a cidadania diária, tão negada a essa população. Ter representantes na Câmara é imprescindível para que isso aconteça.

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