Se no primeiro turno das eleições à Presidência da República, o tema direitos LGBT foi abordado pela primeira vez à revelia, o mesmo não pode ser dito no segundo turno com os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
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Desde que foram os primeiro e segundo mais votados no dia 5 de outubro, os candidatos não se manifestaram mais sobre os temas que até então eram sugeridos pelos "nanicos", como a criminalização da homofobia.
É claro que outros temas são importantes para o Brasil e devem ser expostos. Mas no debate que ocorreu na quinta-feira (16), que foi exibido pelo SBT, por exemplo, Dilma e Aécio se concentraram nos ataques pessoais e se esqueceram de expor as propostas, melhorias para o país e reafirmar o posicionamento ou o compromisso com grupos discriminados.
Vale ressaltar que Dilma não incluiu políticas de direitos LGBT em seu programa de governo. E que, apesar de dizer ser a favor da criminalização da homofobia – depois de quatro anos sem se pronunciar – garantiu que o compromisso será apenas verbal.
Já Aécio, que incluiu direitos LGBT em seu programa e que afirmou ser a favor da criminalização da homofobia, vem comparecendo a eventos em que recebe apoio político de conservadores e líderes evangélicos, tais como Marco Feliciano e Pastor Everaldo, inimigos de tais direitos. Aécio garantiu ser a favor da "moralidade".
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O fato é que, sem a presença e cutuques de Luciana Genro (PSOL), sem as controvérsias e recuos de Marina Silva (PSB), sem os discursos homofóbicos e absurdos de Levy Fidélix (PRTB) e sem o posicionamento pontual de Eduardo Jorge (PV), os atuais candidatos mostram que jogam a pauta LGBT facilmente para debaixo do tapete – como já mostraram esquecer nas administrações passadas.
Enquanto isso, um LGBT é morto a cada 28 horas…