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Direto da Berlinale: Suzy Capó acompanha tudo sobre o Festival de Berlim

Hoje começa o Festival Internacional de Cinema de Berlim. Nos próximos dias, estarei escrevendo sobre o evento, que de longe é o meu festival favorito e vocês vão entender por quê.

Pra começar, vou explicar porque o Festival de Berlim é importante para alguém como eu, que tem a vida profissional voltada para o cinema de temática LGBT. Embora seja um festival internacional tão importante como o Festival de Cannes e o de Veneza, não tem nenhum evento nessa área que seja tão simpatizante quanto esse. Há décadas ele apresenta o melhor do cinema com temática queer, foi o primeiro a instituir um prêmio para esses filmes (o Teddy Award) e reúne diretores e curadores de festivais LGBT de todo o mundo. No ano passado, no encontro anual de programadores aqui em Berlim, foram contabilizados 150. Imaginem o bafo!

A história de como o Festival de Berlim se tornou a meca do cinema gay é contada ano após ano por Wieland Speck, diretor do Panorama, uma seção criada em 1980 para servir como ponte entre o cinema experimental e o mainstream. Manfred Salzgeber, o criador dessa seção, achava importante trazer para a programação filmes que projetassem a livre expressão da sexualidade como uma força cultural e política. "Depois de fazer isso durante uns três anos, cineastas gays do mundo inteiro se deram conta que estava rolando um foco aqui todo ano, então o crème de la crème do cinema gay começou a vir para a Berlinale", contou Wieland pela enésima vez, agora para a revista "Variety".

Com isso, filmes de temática LGBT ganharam enorme visibilidade, pois o Festival de Berlim reúne não só a nata do cinema gay como também cineastas de prestígio, estrelas de cinema, produtores poderosos, distribuidores – enfim, toda a indústria cinematográfica está aqui. É importante frisar que os filmes LGBT não estão confinados em uma única seção do festival. Eles podem ser encontrados em toda a programação, inclusive na Competição.

A vocação do Festival de Berlim como principal plataforma de lançamento de filmes LGBT se confirmou em 1987 quando Wieland criou o Teddy Award, até hoje a mais importante premiação do cinema LGBT.

Mas sobre o Teddy Award eu conto depois. Agora tenho que me arrumar para ir para a cerimônia de abertura do Panorama, que por sinal será inaugurado com um filme de temática LGBT, "Tomboy" (foto), de Céline Sciamma. Boa noite!

* Suzy Capó é presidente da Festival Filmes, primeira distribuidora de filmes de temática LGBT no Brasil.

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