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Divã: Em defesa da terapia

Olá queridas leitoras! Estava lendo estes dias sobre um filósofo francês que discorre contra a psicanálise e fiquei pensando: será que as pessoas realmente não acreditam que a terapia possa ajudá-las?

Com isso, fiz um remake de minha história como psicóloga e psicoterapeuta e posso dizer com propriedade que, nesses 12 anos de trabalho em consultório, muito colaborei para a melhoria da situação de vida de muitas pessoas. O que posso afirmar, com a mais absoluta certeza, é que a psicanálise, a psicoterapia ou as terapias em geral podem e ajudam muitas pessoas.

É certo que tem gente que também frequenta terapias e, durante meses e até mesmo anos, diz não perceber mudanças em seus “estados” psíquicos ou, generalizando, em suas vidas. Mas essas pessoas são, como costumo dizer, reincidentes compulsivas de seus próprios erros, são como viciadas em seus comportamentos errôneos; viciadas, pois, ao cometerem os mesmos erros, acabam por se manterem num ciclo de vida onde o funcionamento é basicamente o mesmo do viciado em determinada droga.

As pessoas que cometem os mesmos erros durante longos períodos de suas vidas são iguais. Quantas não vemos por aí dizendo: “eu sempre acabo ficando com pessoas que me traem!” ou “eu não consigo achar alguém que goste de mim!” São muitos os exemplos, mas o que estou tentando dizer é que, quando uma pessoa age dessa forma, é porque ela ganha alguma coisa com isso, alguma coisa como um sentimento de pena de si mesma, que faz com que ela sinta algo (e este sentir é dolorido, é penoso, mas é um “sentir” que a faz existir). Então, ela compulsivamente acaba voltando e cometendo sempre o mesmo erro ao escolher pessoas com determinados perfis semelhantes, que provavelmente vão garantir a ela esse sofrimento.

É complicado e difícil percebermos que estamos agindo assim, por isso sei que quando as pessoas chegam até mim ou procuram ajuda de alguma forma é porque percebem que tal comportamento não estava certo. Às vezes, as pessoas percebem por si mesmas que suas vidas não estão indo conforme um dia sonharam e acabam por procurarem ajuda. Quando perceber que precisamos recorrer a esta ajuda?

Quando o sofrimento passa a ser recorrente, quando o que a vida tem de bom a oferecer já não faz mais sentido, quando acordamos e não temos vontade de manter os olhos abertos…

Canso de ver pessoas por aí reclamando da vida, sem perceber que, se ocorresse uma mudança aqui e outra ali, um dia de sol seria realmente recompensador. Ou aquela pessoa que você ignora possa ser a que realmente gosta de você, por mais que você acredite que não.

* Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail claudia@dykerama.com.

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