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Divã: Medos, preconceitos e conquistas

Olá queridas leitoras! Neste mês em que comemoramos a visibilidade lésbica acho interessante relembrarmos nossos avanços com relação a aceitação social e também nossos avanços pessoais com relação a nossos próprios ideais enquanto mulheres e lésbicas.

Muitas de nós ainda acha complicado mostrar à sociedade sua verdadeira sexualidade, temendo represálias do meio em que estão inseridas, seja no trabalho, na família ou mesmo em seus círculos de amizade. Este fato demonstra o quanto somos vulneráveis e o quanto precisamos, mais do que nunca, nos unirmos, visando exclusivamente o nosso fortalecimento enquanto indivíduos.

Não é difícil encontrarmos mulheres acusando outras mulheres do que quer que seja, com sentido pejorativo. Um exemplo disso é: Fulana fica com todas! É uma galinha! Não quero sua amizade. Ou: Sicrana é muito masculinizada, acho melhor não falarmos com ela. E por aí vai.. Isso tudo demonstra o quanto somos desunidas e o quanto vemos o preconceito como algo “aceitável”. Mas preconceito é preconceito, e não é aceitável nunca!

Qual o problema se a mulher já ficou com um monte ou se a outra é masculinizada? Estes são meros exemplos, mas podemos enumerar vários outros para demonstrar o que estou tentando dizer. A grande questão é que não adianta termos filminhos na televisão mostrando irrealidades do que somos, precisamos antes de tudo sermos algo realmente e para isso precisamos nos respeitar antes de exigir do outro respeito.

Sei que muitas vezes é complicado pensarmos assim, nos colocando nas situações, mas fazendo um esforcinho podemos perceber, no nosso dia a dia, que temos poder para mudar aquilo que não está certo e que incomoda, basta querer. É simples e na verdade não dói, a sensação é até mesmo muito boa. Por exemplo, quando estamos numa balada para mulheres e encontramos vários heteros masculinos tentando mostrar que o bom mesmo é homem, mostramos com toda nossa grande paciência que eles estão errados e que o bom mesmo é que eles fossem “caçar” em outro lugar. Ou quando estamos na rua e caminhamos de mãos dadas com quem amamos. Pode parecer pouco, mas não, não é. É uma das formas de demonstrarmos ao mundo o que somos e o que queremos.

Na verdade o que deveria ser claro é que ninguém tem nada a ver com quem dormimos ou deixamos de dormir, e isso tudo é tão, tão pequeno, tão pouco, perto do que realmente interessa que é o ser e fazer feliz.
Se sua família te recrimina por que é lésbica, eles pensam na sua felicidade? Eles próprios são felizes?

É bom nos questionarmos, moças, a cada vez que nos depararmos com nossos medos, pois deles vem a solução. È assim que vamos conseguir espaço em um tempo onde a humanidade já devia ter evoluído o suficiente para não precisar se auto destruir.


* Regina Claudia Izabela é psicóloga e escreve semanalmente neste espaço. Participe, envie perguntas ou comentários para o e-mail claudia@dykerama.com.

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