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Divã: O bullying nas escolas gera atitudes de agressão

Bom dia leitoras e leitores também, por que não? Afinal, o ideal é incluir e não excluir, dessa forma quero falar sobre os últimos acontecimentos que temos visto ocorrer neste nosso Brasil e, com pesar, dizer que vidas não voltam nem a integridade de quem sofre com gestos e atitudes de violência.

O caso do Rio de Janeiro, das crianças mortas por um assassino vingativo, mostra como o bullying nas escolas e as atitudes de agressão, exclusão e preconceito podem transformar pessoas em monstros. Claro que temos um caso extremo e não podemos generalizar, mas o que vemos neste caso foi isso, a transformação de um monstro pela sociedade. O outro caso bem falado é o do digníssimo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que de digníssimo não tem nada e que abertamente prega o racismo e a homofobia.

O que estes dois incidentes têm em comum? A violência. No caso do assassino na escola vemos claramente o que o velho ditado prega: violência gera violência. Já no caso do deputado vemos o que o preconceito pode gerar em uma sociedade.

Gostaria de não precisar falar sobre o tal digníssimo, porque estamos lidando aqui com uma faca de dois gumes, uma vez que se falo dele o promovo e se não falo não tenho como alertar as pessoas para o seu mal, dessa forma escolhi falar e espero que seu nome realmente fique na mente das pessoas para que nas próximas eleições elas saibam direitinho em quem estão votando.

Se vivermos nesta sociedade que aceita e promove o bullying e não fizermos nada, o que dirá então um deputado (cargo que demanda grande poder e responsabilidade) que prega abertamente em rede nacional que quem se relaciona com negras é promíscuo ou que a comunidade gay nada mais é do que um tsunami rosa?

É isso, essa é nossa sociedade. Mas nossa sociedade também é feita por gays, negros, japoneses, judeus, muçulmanos, nordestinos, prostitutas… e tudo mais que pode ser qualificado como minoria e ser passível de receber algum tipo de discriminação. Afinal, quem é o restante dessa sociedade? Estamos aqui lidando com uma situação semelhante a que Jesus passou quando defendeu Maria Madalena: quem aqui nunca pecou? Atire a primeira pedra!

Claro que ser o que somos não é nenhum pecado, só usei está comparação pra exemplificar o que é a sociedade, Jesus como um grande revolucionário e pregador do amor poderia ter dito: o que faz dela (Madalena) alguém tão diferente de vocês?

Quero deixar claro aqui minha humilde opinião enquanto mãe, mulher e psicóloga: quanto mais excluímos mais existirá diferença, mais existirá medo, mais existirá pânico e depressão. Cada um de nós deve se autoeducar para que não haja com preconceito e discriminação.

Não é somente do Estado ou da escola que a educação deve vir e sim de quem educa. O Estado deve é promover ações para que os indivíduos aprendam a conviver com as diferenças e a escola idem, se cada um de nós tiver uma formação voltada para a não exclusão, a não diferenciação e ao não preconceito, vamos governar e educar nas escolas para que estes tipos de aberração não existam mais. Percebem que, no fim, é tudo um grande ciclo?

Se minha mãe é preconceituosa eu aprenderei a ser e assim por diante. Portanto, acredito na não-omissão das pessoas diante destes fatos, e individualmente procuro promover aos que educo uma educação de amor e união e não exclusão. Gostaria sinceramente que tais fatos servissem para que nossa sociedade começasse a sair da alienação e da ignorância. Afinal, o futuro sempre existirá. Assim esperamos…

Grande beijo a todas, ops…todos!

* Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Para enviar suas dúvidas, escreve para claudia@dykerama.com

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Edição nº 8 da revista A Capa já pode ser lida on-line