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Divã: Vitória no STF

Queridas leitoras, depois de muito esperar agora já é possível “juntar os trapinhos” não é? E como não pensar: que maravilha! Por isso, quero deixar aqui minha opinião clara sobre isso e frisar que estou imensamente feliz, por todos e todas que esperavam ansiosamente por esta decisão.

Num país onde as lutas são sempre acompanhadas de muitas batalhas, guerras travadas entre os que estão de um lado levando a bandeira da igualdade de direitos e do não preconceito e do outro lado falso-moralistas, preconceituosos e causadores do atraso e da estagnação da sociedade.

Estou particularmente feliz com a possibilidade que agora existe às mulheres que vivem juntas de poderem possivelmente adotarem filhos, possivelmente juntarem suas rendas para comprarem juntas o que bem entenderem, possivelmente existirem enquanto um casal e poderem deixar seus bens como herança para quem de verdade amam, possivelmente partilharem como pessoas que se amam e que querem viver juntas a grande aventura que é um casamento.

Quantas vezes já vimos por aí situações onde duas mulheres viviam juntas durante toda uma vida e de repente uma das duas morre e tudo que foi construído nesta união fica para os familiares da vitima, ou, relacionamentos que acabam não dando certo por inúmeras razões e acabam se dissolvendo como se nunca existissem, ou seja, as partes ficam sem direitos legais, como pensão, moradia, etc.

A união estável como um modelo de união legal tem como em toda união legalizada os seus benefícios e as suas responsabilidades, assim, acredito que isso fortalecerá o individuo homossexual enquanto cidadão reconhecido socialmente fazendo com que a identidade homossexual seja aos poucos reconhecida.

Como não estar feliz então? Esta decisão do Supremo Tribunal Federal é um marco em nosso país, que ficou durante anos atrás de países como Uruguai ou México, para citar somente a América Latina. Quantos anos foi destinado aos casais homossexuais a viverem na obscuridade, pagando impostos, mas não podendo participar da sociedade como cidadãos.

Essa decisão foi, psicologicamente falando, uma injeção de animo, autoestima e dignidade para as pessoas que já viviam juntas e sonhavam com essas possibilidades todas já citadas.

Num futuro próximo imagino e quero acreditar que será possível aos homossexuais se colocarem no mundo como tais, sem medo, sem vergonha e sem culpas, pois ações como estas, que promovem a cidadania e a aquisição de direitos, promove em quem usufruí diretamente delas uma melhor aceitação de si mesmos enquanto pessoas e cidadãos do mundo.

Grande abraço e até a próxima!

* Regina Claudia Izabela é psicóloga e psicoterapeuta. Para enviar suas dúvidas, escreva para claudia@dykerama.com.

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