Guga Rahner conquistou seu espaço na cena gay como um dos produtores do festival "Hell & Heaven". Guga é o gerente de operações da HH Entretenimento, empresa por trás do festival, que também empresaria DJs e presta consultorias. "Dá um trabalho imenso atender um volume tão grande de passageiros. É um processo bem detalhado e organizado, pois imagine fazer uma festa para 1.500 ou 2.000 pessoas cuidando da viagem de cada um desses clientes", conta Guga, que além de produzir é curador artístico do festival.
Sempre interessado por música eletrônica, Guga fez seu debut profissional como DJ este ano. E o moço já começou muito bem. Guga tocou no Winter Festival de Miami, no Hell & Heaven de Angra e no Matinée Las Vegas. Agora ele se prepara para mais duas gigs internacionais importantes.
O DJ se apresenta na Space de Ibiza, eleito pela DJ Mag o melhor clube do mundo, no dia 20 de agosto. A festa será um dos warm-ups do Hell & Heaven. Já no dia 25 de agosto ele toca no festival XLSior de Mykonos. A seguir Guga conta como surgiu seu interesse pela música e das novidades da edição 2011 do Hell & Heaven na Costa do Sauípe.
Como surgiu seu interesse pelas pick-ups?
Desde pequeno gosto de música eletrônica. Pesquisava músicas e até fazia compilações que eu tirava o maior barato chamando de "Guga Hits" – fazia cópias e dava para amigos. Pode parecer bobagem, mas fazendo essas compilações eu já comecei a desenvolver meu gosto musical e isso aumentou e muito minha vontade de aprender a tocar e levar uma pista.
Quando você começou a tocar?
Eu fiz um curso de mixagem há pouco mais de dois anos. Fiz porque queria entender melhor uma coisa que sempre tive tanta paixão. Mas ficou só no curso e algumas datas em festas pequenas, de amigos. Não havia pretensão alguma naquele momento. Totalmente "just for fun".
Qual a diferença do público, como a pista reage, aqui no Brasil e nos outros países?
Não há diferença de reação. Se você não souber "ler" a pista e entregar algo de qualidade eles vão reagir negativamente independente do país ou cidade que você toca. Mas uma coisa que reparei nessas experiências é o quanto o público nacional é complicado. Você tem um certo limite de, digamos, inovação. O público é sempre mais aberto para atrações internacionais. E isso vale bastante na situação inversa – DJs brasileiros no exterior. Mas de qualquer forma cada DJ tem a sua personalidade e alguns conversam melhor com o público internacional, outros com o mercado nacional. Vai da verdade musical de cada um.
Através do H&H, você tem contato com muitos selos e profissionais gringos. Como eles encaram o Brasil e a nossa cena?
O Brasil é muito respeitado e admirado, mas a nossa cena ainda tem muito a crescer e oferecer para aproveitar 100% esse respeito e admiração. Parte do nosso trabalho consiste em trazer novidades e novas alianças para o mercado nacional. Fortalecendo não só a H&H como os nossos parceiros espalhados pelo Brasil. Nosso reconhecimento no exterior está bem claro. Se não houvesse qualidade e profissionalismo jamais alcançaríamos parcerias com labels como Winter Party, SuperMartXé, Matinée (EUA), Café Olé/Space Ibiza, BelAmi, White Party Week (Miami), Hed Kandi, etc.
Como surgiu o convite para tocar na Space de Ibiza e no XLSior de Mykonos?
Nossa filosofia de criar parcerias para difundir o Hell & Heaven começou em 2009 através dos principais clubes, festas e promotores do Brasil. Em 2010, começamos a estender para o mercado internacional. Agora com um produto mais maduro estamos conseguindo amarrar melhor nossas parcerias internacionais. Com isso surgiu a oportunidade de fazer uma com a Space Ibiza. Isso é marco e tanto: um evento GLS brasileiro ser recebido de portas abertas no melhor clube do mundo no auge da temporada de Ibiza. Dia 20 de agosto teremos um warm-up do Hell & Heaven lá, onde tocarei na festa semanal Café Olé.
Já com o XLSior foi diferente. Após fechado o acordo com a Space decidi esticar minha viagem e tirar férias em Mykonos. Como estaria lá no mesmo período do festival decidi, sem muitas esperanças, confesso, mandar meu set para os produtores. Como já estávamos muito próximos do festival, por certo já estariam com o line-up fechado. Mas para minha surpresa, pouco mais de 1h depois que mandei o email (acho que o tempo de escutarem o meu set!) responderam que estavam muito interessados em que eu participasse do festival, pois, musicalmente, me encaixava perfeitamente na proposta deles. Em dois dias assinamos contrato para eu tocar na Beach Party Infinita.
Está muito ansioso para as apresentações?
Eu não vejo a hora de subir no palco! Se você parar para pensar friamente, dia 20 de agosto estarei no palco do clube mais importante do mundo e isso é uma baita responsabilidade, ainda mais por levar comigo a marca H&H e a sua reputação. Mas isso nem de longe me assusta, muito pelo contrário. Terei a oportunidade de mostrar um pouquinho da vibe do H&H para milhares de pessoas. Já em Mykonos vou tocar em uma day party na praia de uma ilha grega bem no horário do pôr-do-sol. Não poderia pedir mais nada! Só agradecer muito pelas oportunidades!
O que podemos esperar da edição de 2011 do H&H Sauípe?
Passamos por uma reestruturação na parte de atendimento e venda dos pacotes que já está surtindo efeito. O controle e a qualidade dos atendimentos está excelente, tanto que estamos com um crescimento de mais de 30% com relação ao mesmo período do ano passado. Outra novidade é que a partir do H&H Sauipe 2010 implementamos uma pesquisa de satisfação com os clientes para descobrir quais os pontos que precisamos melhorar e o resultado foi incrível. Escutamos coisas preciosas que vamos trabalhar com afinco na edição desse ano e tenho certeza que todos vão perceber a diferença, principalmente na organização, atendimento e produção dos eventos. Outro ponto que estamos extremamente felizes é com a programação. Estamos levando labels inéditas – ou no Brasil ou para esse mercado – como a Hed Kandi, que acredito piamente ser a label de House Music mais chique do mundo, a BelAmi, que traremos 3 modelos da Europa escolhidos pelo público e a Café Olé, festa da Space Ibiza que vai assinar a main party de Sauipe. Além disso, temos dois artistas que estreiam no Brasil: Aron, de Israel e Esquire, do Reino Unido. Fiquem de olhos bem atentos nesses dois artistas!