Natural de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, onde começou sua carreira como DJ, Robix é daqueles que não deixam ninguém parado na pista. Residente do clube carioca Cine Ideal, o baixinho vem conquistando muitos fãs com seus sets misturando tribal com tendências electro. Para ele, “a boa música não tem estilo, e sim personalidade”. Patriota de carteirinha, DJ Robix recebeu o site A Capa com um ótimo humor – dizem que ele sempre é assim – e falou um pouco mais sobre sua profissão e os bons momentos que passou: A CAPA – Onde você começou sua carreira? Comecei tocando em um clube de verão em Campos dos Goytacazes, aos 13 anos, quando o DJ residente teve um problema de saúde no meio da noite. De lá pra cá, não parei mais e nem conseguiria ficar afastado da noite. A CAPA – Você agora é residente do Cine Ideal. Como o produtor Orlando Capaluto conheceu seu trabalho? Fui convidado para tocar na antiga The Place (boate de Orlando antes de reabrir o Cine Ideal). Então teve uma noite que toquei sozinho por conta dos residentes terem ido tocar na festa B.I.T.C.H. E foi maravilhoso! A saída de um dos residentes da casa me rendeu o convite para ir tocar no Cine Ideal. A CAPA – O electro tem invadido as pistas gays do Brasil. E podemos percebê-lo com freqüência em seus sets. Você acha que o electro é a nova tendência? Bem, eu já toco o electro já faz um tempinho. Quando comecei a introduzir no Cine Ideal, teve uns “carões” para esse tipo de som, mas, agora, vejo que muita gente esta gostando. É uma tendência! Mas toco o “mix”, prefiro assim, não tocar o electro puro… Tem que ter a pitadinha “tribal + groove + house = DJ Robix” [risos]. A CAPA – Você é conhecido como o DJ que usa e abusa dos efeitos. Insere cada mixagem, introduz cada efeito. Você é do tipo que arrisca mesmo durante seus sets e ousa mandar algo diferente? Quando comecei a usar os efeitos do mixer, algumas pessoas chegaram até mim falando que eu estava usando muitoooo… Ouvi de todos os lados e pensei comigo “será?”. Estava ficando óbvio, como o André Garça falou. Gostei do toque, porém, hoje em dia muita gente que ficava falando, não vive sem os tais efeitos [risos]. A CAPA – Na época da Copa do Mundo ouvimos o Hino Nacional na introdução de seu set, e no carnaval ouvimos “Aquarela do Brasil” bombando na pista. Você é do tipo que valoriza mesmo sua pátria? Sim, é claro. Sempre digo: “Existem profissionais aqui que não deixam a desejar nada pra nenhum gringo famoso”. E tem mais. Sempre gosto de fazer uma abertura relacionada aos eventos da época. Isso é legal, tocar por tocar não me faz a cabeça. A CAPA – Muitos dizem que a DJ Patrícia Tribal é praticamente uma “irmã” para você. Você já deu aulas pra ela, não é mesmo? Nossa, para mim, é minha filha! Sinto um orgulho muito grande de ter essa menina do meu lado tocando. Seja pela vibe, carinho, entrosamento, enfim… È perfeito. Eu ministrei um curso no ano de 92, e a primeira vez que essa menina colocou a mão pra tocar foi na festa “DJs In Concert”, uma festa em comemoração ao fechamento do curso na época. E na “Fantasy Club”, em Volta Redonda. A CAPA – Quais são seus DJs favoritos, aqui e lá fora? Ai, meu Deus! São tantos maravilhosos. Vamos lá: Patricia Tribal, Aless, Pacheco, M-Vee, Fernando Braga, Ricardo Rodrigues, Robson Araujo, Gustavo Jr, Junior Dub, Lapetina, Will Beats, Fc Nond, Bruno Renno, Moraes, Ana Paula. Há dois DJs que estão meio fora do circuito, mas que adoro seus estilos: Bernard X e o projeto E-Thunder. Os Internacionais: Giangi Cappai (Alma Matris), Noizze(Da Groovemakers), Chus & Cebalos, Tocadisco, Steve Lawers, Antoine Clamaran, Paulo, Peter Rauhofer. A CAPA – O que você acha da cena gay no Rio? “A boa música não tem estilo, e sim personalidade.” Fico triste só com uma coisa na cena gay: a falta de união dos produtores que sempre estão pensando em si próprios e esquecem um pouco do público. Gostaria que todos fizessem festas com total paz e harmonia porque acredito que o Rio de Janeiro não tem dono, ta aí pra abraçar a todos que chegam. Desculpem-me, mas tinha de falar sobre essa coisa, devido ao que eu presenciei, de ter uma pessoa falando bem de mim na minha frente e depois vira as costas e fala mal. Isso, já vi na minha cara, assim na pista. Fiquei triste, mas hoje sei que a pessoa deve estar se rasgando [risos].