in ,

DJs cariocas se consagram atrás das pick-ups de norte a sul do país

Na noite de um sábado qualquer na cidade de Vitória (ES), a DJ carioca Ana Paula animava mais uma festa com seu set particular e característico. Uma semana depois, ela tocava no principal clube gay de Recife (PE). Nos finais de semana seguinte, foram as cidades de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Florianópolis (SC) que receberam a DJ-woman para mais uma apresentação na cidade. 
Esse fenômeno se repete cada vez mais e com maior freqüência, não só com a carioca Ana Paula, mas com todo o dream time de DJs cariocas: Ana Paula, Dudu Marquez, Flávio Lima, Jeff Valle, Patricinha Tribal e  Robix. Esses seis cariocas viajam de norte a sul do país, quase semanalmente, para tocar em festas que recebem até 3 mil gays por edição. 

O produtor Marcos Santo, da festa Fluid Party de Salvador (BH), é um dos que contratam regularmente um DJ carioca. “A cena eletrônica no Rio de Janeiro é mais forte e tem já uma identidade própria. E logicamente, em cima desses profissionais, é feito um grande trabalho de mídia nos meios já conhecidos pelo público”, comenta o produtor que já contratou os DJs Ana Paula, Patricinha Tribal, Dudu Márquez e Flávio Lima. 

O que eles têm que fazem tanto sucesso? “Além de um ótimo set, talento para animar o público e carisma”, explica Marcos. E, lógico, que todo esse carisma e animação se transformam, rapidamente, em dinheiro nas mãos dos produtores. Em média, as festas em cidades fora do eixo Rio – São Paulo com esses DJs podem chegar a custar o dobro dos valores tradicionais de entrada. “É inegável que nomes de fora trazem um faturamento maior. É novidade”, finaliza o produtor, que no próximo dia 21/7 leva os cariocas Jeff Valle e Ana Paula para um back-to-back inédito.

Lucro para produtores, lucro para os DJs. O carioca Jeff Valle, por exemplo, tem metade de sua agenda dedica a outras cidades. “Em média, 45% da minha agenda é fora do Rio”, revela o DJ-gatinho que cobra R$ 1.000 por cada apresentação fora do Rio mais despesas de translado. “Aqui no Rio, cobro R$ 600”.

Além do lucro, os DJs acreditam que se apresentando fora, cria-se um bom network de trabalho. “Se apresentar fora abre novos caminhos. Conhecemos novas pessoas, promoters e DJs. E acabamos agendando datas futuras”, explica Jeff que por ser visto, frequentemente, se apresentando nas cidade de Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), para citar algumas.  Se é cansativo? Para Jeff não. “Já me acostumei com o vai e vem. Eu gosto”, relata o rapaz.

No entanto…
Mas nem tudo são flores. Um outro produtor, que preferiu não se identificar, não vê com bons olhos a presença continua desses DJs na mesma cidade.”Se eu pegar e trouxer mais de quatro vezes a Madonna, na quinta já não vai ser a mesma coisa, mesmo sendo a Madonna. O show é o mesmo. Nada muda e perde a novidade. Deixa de ser atração e perde o valor agregado”.

A turma dos DJs discorda. “Se voltam é porque agradaram. É gratificante quando as pessoas vão ao meu orkut e deixam recado pedindo para voltar. É uma satisfação do meu trabalho que pouco tem”, analisa o DJ Jeff Valle.  O segredo? Se renovar. “O DJ  sempre tem que ser novidade. Esse é o trabalho dele. Renovar, criar, sempre faz a diferença”.

Polêmicas a parte, não podemos negar que o Brasil é um ótimo celeiro de DJs. Agora, a próxima para é o mundo.

Ser gay é o caminho mais curto para a casa própria

100 mil animaram parada de Juiz de Fora no último sábado; Miss Gay é eleita