in

Do Claustro

Estréia no próximo dia 17 de janeiro, no Espaço dos Satyros 1, a peça “Do Claustro”, drama que traz à tona a relação e o conflito entre duas Clarissas, no Brasil Colônia, no Convento do Desterro, em Salvador. Com direção de Eduardo Sofiati, o espetáculo é encenado pela Cia. Mestremundo de Histórias e tem no elenco as atrizes Débora Aoni e Carolina Mesquita.

Em “Do Claustro”, Irmã Mariana (Débora Aoni), uma clarissa enclausurada às portas da loucura, confessa à outra religiosa, Irmã Cecília (Carolina Mesquita), sobre o seu relacionamento sexual e amoroso com um poeta-advogado que se encontra preso e ameaçado de degredo para a África. Desta forma, ela narra sua vida, desde o engenho de cana-de-açúcar, a violência do pai, o refúgio em um quilombo, suas experiências sexuais e sua clausura. Ao longo da narrativa, Irmã Cecília é avassaladoramente atraída por Irmã Mariana.

“A peça retrata o lado escondido de uma época, com mulheres de seu tempo, seus desejos, seus medos e culpas. Procura mostrar o poder estabelecido dominando o povo, a fusão do sacro e o profano, uma civilização em franca decadência. Nada mais atual, portanto, para um Brasil onde a religião e o sexo ainda são tratados de forma tão arcaica e complexa”, afirma o autor Ruy Jobim Neto, que há mais de vinte anos pesquisa sobre o universo do século XVII no Brasil.

A peça foi escrita, em julho de 2007, especialmente para as atrizes. “Com minhas pesquisas e a participação das atrizes criei as personagens enclausuradas e apaixonadas no interior do Convento de Santa Clara do Desterro, o primeiro monastério feminino do Brasil, fundado em 1677, por cinco madres superioras que vieram do Convento de Santa Clara de Évora, em Portugal. É uma peça sobre nossas origens, que investiga os caminhos da mulher brasileira ao longo de nossa História, e que demonstra uma atualidade desconcertante”, completa o autor.

Na montagem a platéia se dispõe em torno das atrizes em cena, praticamente completando o cenário, como se fosse, em conjunto, as próprias paredes de uma das celas do Convento, enclausurando o elenco. “A encenação foi criada para aproximar ao máximo o público das atrizes e da situação que as personagens enfrentam, clausura forçada, prisão, onde as regras e ditames de uma sociedade amarraram estas duas pessoas”, afirma o diretor Eduardo Sofiati.

Serviço
Do Claustro
Espaço dos Satyros 1 – Praça Roosevelt, 214 – Consolação – São Paulo – Tel: (11) 3258-6345. Ingressos: R$ 20, R$ 10 (estudantes, maiores de 60 anos e classe teatral) e R$ 5 (para oficineiros do Satyros e moradores da Praça Roosevelt). Quintas-feiras, às 22h30. Até 13 de março.

Giovanna Antonelli diz ter vários amigos gays

Drag Táysa Shinaider é eleita Rainha Gay do carnaval de SP