in

Do fundo do baú

Sou lésbica. Isso! Gay, sapata, fancha, bolacha, verde, sandalinha, lesbian chic, maria masculina… e demorei uns 10 anos para olhar sinceramente para mim mesma em um espelho e dizer: Hey, você é homossexual, sacou?

Não que eu estivesse fugindo do meu destino ou deixando de me relacionar com mulheres, não era isso. Eu era superficialmente lésbica mas no fundo, no fundo mesmo eu tinha medo de me assumir completamente.
Alguns amigos sabiam, outros não. A familia? Essa soube desde o começo e levou cerca de uns 2 anos para que minha mãe engolisse e digerisse bem a história.

Eis que um amigo, que não sabia, me perguntou na lata: qual é a sua?

Essa frase ressoou como um trovão dentro de mim e me perguntei a mesma coisa: Afinal, qual era a minha? Não titubiei: sou gay (me recusava a usar a palavra “lésbica”, é muito pejorativa)e ele: Tudo bem, eu já sabia. E eu mudei. Mudei muito depois que me encontrei (ou parte de mim).

Eu não poderia me relacionar com homens, eu estaria indo contra minha natureza e acho que essa foi a parte dificil da auto-aceitação: entender que eu não preciso me relacionar com homens. É, não preciso! Não tenho a obrigação de me sentir atraída por homens, essa é uma condição imposta pela sociedade, já está no inconsciente coletivo.

Enfim, estou aqui, 30 anos depois, feliz, plena e inteira para quem queira me receber. Sim, pq eu sou lésbica desde que nasci, ou talvez desde a encarnação passada e se eu puder escolher, escolherei nascer assim, um milhão de vezes.

Blog da Libélula – 20/02/2002


Foi nesse blog que tudo começou. Eu estava prestes a fazer 30 anos, morando sozinha e descobrindo a internet além do ICQ.

Através deste blog fiz muitas amizades, conheci pessoas que estão na minha vida até hoje.

Reler os posts ainda me faz dar muita risada e pensei em, talvez, registrar as melhores postagens em um livro. Quem sabe?

Site de relacionamentos na Jamaica e Caribe é voltado para o público gay

Islândia: Primeiro casal de lésbicas se “casa” na igreja