Mais uma drag resolveu lançar seu próprio CD. Depois de Silvetty Montilla, Dimmy Kieer, Renata Peron, entre outras, agora é a vez de Dillah Dilluz mostrar sua versatilidade como cantora.
A drag humorista, aliás, já começa fazendo piada no título do álbum. Em homenagem a Maria Bethânia, Dillah apelidou esse seu primeiro disco de "Travileirinho". Independente, o CD traz paródias inéditas de músicas famosas interpretadas por cantores como a própria Bethânia, Ana Carolina, Preta Gil, Cazuza e Zezé de Camargo e Luciano.
O lançamento do CD acontece hoje, no Casarão Brasil, em São Paulo, e a entrada é um 1 quilo de alimento não perecível, que será doado à Associação Aliança pela Vida, que presta apoio às pessoas com HIV/Aids.
Em entrevista ao site A Capa, Dillah Dilluz diz que o CD surge para "incendiar" o mercado fonográfico e confessa que não teme a pirataria. "Ninguém pirateia o que é ruim ou o que não vende", opina, categórica.
Por que lançar esse CD? Pode nos contar como surgiu a ideia?
Antes de tudo quero agradecer a todos os colaboradores deste projeto e em especial ao Douglas Drumond e ao Casarão Brasil. Esse projeto só saiu do papel devido ao apoio incondicional dessa dupla. Vamos lá! Por que lançar esse CD? Bom, a princípio atendendo a pedidos, e pelo vasto material que eu tinha que estava clamando por exposição. Grande parte do meu público conhece apenas meu trabalho como ator, apresentador e como compositor de paródias para outros artistas como Silvetty Montilla, Michelle Summer e Salete Campari. Esta última adquiriu um jingle político, do qual faz uso em suas campanhas. A ideia de fazer este CD foi com a intenção de expandir meu trabalho utilizando essa mídia. E mais, adoro cantar!
No disco, que músicas e artistas você parodia? Por que você escolheu esses artistas?
Na verdade não parodio os artistas e sim suas letras! Minhas paródias não estão ligadas à imagem do artista. Se uma música cai no gosto popular, vai pro inconsciente coletivo, pronto, paródia à vista.
Drags e caricatas há anos vêm "aquecendo" o mercado fonográfico brasileiro. Lançar um CD, no entanto, não parece arriscado num momento onde reina a pirataria?
Não tenho medo de que meu CD venha a ser pirateado. Ninguém mais tem controle sobre isso. Uma coisa é certa: ninguém pirateia o que é ruim ou o que não vende. Se a Ivete Sangalo tivesse esse medo, abandonaria a carreira. Componho e canto meu próprio repertório e faço isso muito bem. Sem falsa modéstia. Modéstia pra mim não é virtude, é hipocrisia de quem quer fingir humildade, que também é outro conceito cheio de controvérsias.
Que outros artistas participam desse álbum?
A top drag DJ Ginger Hot, Valenttinni e o psicólogo Fabrício Viana, que abre o CD citando Arnaldo Jabor!
Para você, qual é a função do humor?
Divertir, refletir sobre o ser de maneira alegórica e crítica. Extravasar a dor rindo dela.
Qual é a sua opinião sobre os novos humoristas, como, por exemplo, do CQC e do Pânico?
Prefiro o povo do Pânico!
É possível fazer rir sem apelar para estereótipos?
É possível sim! Compra o meu CD!
Pelo menos uma vez na vida, Dillah Dilluz já ficou mal humorada?
Só vou ficar de mau humor se você não for ao coquetel e não comprar o CD! Não dá o truque não, hein? Outra coisa, senti que na terceira pergunta teve um pitadinha de maldade nas aspas de "aquecendo" o mercado fonográfico brasileiro. Quero afirmar que o CD Travileirinho não veio para aquecer, e sim incendiar o mercado fonográfico brasileiro. Agora você me dá licença que tem uma repórter da CNN batendo na porta da minha kitch! (risos)
Serviço:
Lançamento do 1º CD de Dillah Dilluz
Hoje, dia 13, às 20h
Entrada: 1 kg de alimentos não perecíveis
Local: Casarão Brasil – Rua Frei Caneca, 1057
Informações: 11 3171.3739