Em um contexto de incertezas políticas intensas para pessoas 2SLGBTQ+ na América do Norte, a drag superstar de Toronto, Sanjina DaBish Queen, compartilha sua jornada de autodescoberta como mulher trans. Em homenagem ao Mês da História da Mulher, Sanjina enfatiza a importância de contar sua história, especialmente considerando que a comunidade queer deve muito às suas irmãs trans e de gênero diverso, que têm lutado por igualdade ao longo das décadas, mas frequentemente não recebem o reconhecimento merecido.
Sanjina, nascida e criada em Surrey, Colúmbia Britânica, começou a explorar sua identidade quando se mudou para Toronto na casa dos 20 anos. Seu encontro com sua mãe drag, The Virgo Queen, vencedora da quinta temporada de “Canada’s Drag Race”, marcou o início de sua carreira no mundo do drag. Com um portfólio impressionante que inclui participações em competições e shows de drag, sua trajetória não foi isenta de desafios.
A transição de Sanjina como mulher trans foi um processo complexo. Ela revelou que, sem uma comunidade queer em sua cidade natal, nunca teve a oportunidade de explorar sua identidade na juventude, apesar de ter sido alvo de bullying por ser LGBTQ+. Embora tenha se identificado como um homem gay por muitos anos, essa rotulação nunca pareceu certa para ela. Foi apenas aos 30 anos, durante uma competição de drag, que ela teve a revelação sobre sua verdadeira identidade ao se reconectar com suas raízes hindus, percebendo que sempre foi uma mulher.
Nos últimos meses, Sanjina iniciou a terapia de reposição hormonal, o que também a levou a fazer mudanças significativas em sua vida, incluindo a superação de vícios. “Passei por três jornadas: como mulher trans, competidora de ‘Drag Race’ e em recuperação. Sou uma verdadeira guerreira”, afirma. Ela se sente empoderada para usar sua plataforma e inspirar outras pessoas trans, lutando contra as narrativas anti-trans que têm ganhado força na América do Norte, especialmente com o número crescente de projetos de lei que atacam os direitos 2SLGBTQ+.
Com um olhar profundo sobre o que significa ser mulher, Sanjina acredita que a womanhood é um percurso de força e conexão espiritual. “Mulheres estão em sintonia com o universo e com a energia. Acredito que as mulheres realmente dominam o mundo, e isso deve ser celebrado todos os meses, não apenas em março”. Em um momento em que a luta pelos direitos de pessoas trans e LGBTQ+ continua, a voz de Sanjina representa não apenas sua experiência, mas também a esperança e a luta de muitos outros na comunidade.
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