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Drag espanhola La Prohibida esbanja simpatia em show em SP

De rápida passagem pelo Brasil, a drag queen espanhola La Prohibida se apresentou ontem no palco do Sesc Pompeia durante a entrega dos prêmios Cidadania em Respeito à Diversidade, oferecidos pela Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT) a nomes e instituições que contribuíram para a causa homossexual no Brasil.

A enérgica La Prohibida apresentou hits de seu novo álbum, "Señor Kubrick, ¿Qué Haría Usted?", cujo destaque é a deliciosa "Cuando Dos Electrones Chocan", que, mesmo desconhecida por grande parte do público, foi cantada em coro juntamente com a performer.

Após três ou quatro músicas, algumas pessoas na plateia, de forma desrespeitosa, abandonaram o teatro do Sesc Pompeia, chamando a atenção da drag. "Não faz mal, ficaram apenas os melhores", ironizou La Prohibida que, esbanjando simpatia, deixava o tablado vez em quando para cantar com o público.

Vestindo uma espécie de tubinho tecnológico, a drag ícone da Europa decidiu, enfim, chamar para o palco um grupo animado, entre elas algumas drags como Silvetty Montilla, Dindry Buck, Sissy Girl, Gretta Star e Lisandra Brunelly, a Miss Brasil Gay 2008. Ao mesmo tempo em que reverenciava os talentos nacionais, La Prohibida enchia de elogios a beleza dos brasileiros – nem um legítimo representante dos ursos escapou de sua língua rápida e ferina.

Ousadia
De pernas longilíneas e bem definidas, cintura fina e corpo franzino, La Prohibida é conhecida por suas performances ousadas. A drag canta e encanta com letras e melodias bem construídas, que falam de amor e desamor. Seu gosto por temas científicos é uma constante em seu trabalho, que nada tem de afetado ou pretensioso.

Nos bastidores, antes de se apresentar pela primeira vez para uma plateia brasileira, a drag espanhola fez questão de atender à reportagem do site A Capa. Arranhando algumas frases em português – ela já morou em Niterói – La Prohibida opinou sobre o que chamou de "filosofia dos brasileiros". "É um povo muito autêntico, alegre e natural. Carrego essa energia comigo desde que morei no Brasil", disse a drag, que revelou seu apreço pela cantora Alcione. "Ela é encantadora, é uma das minhas preferidas", elogiou.

Politizada, La Prohibida participa ativamente das manifestações do Orgulho Gay em seu país, inclusive da Europride, Parada que a cada ano acontece em uma cidade europeia diferente. Sobre essa união de arte e militância, a drag tem uma visão muito particular. "Dou total importância à Parada Gay, temos que sair às ruas para reivindicar nossos direitos. Mas prezo principalmente a militância diária", disse. "O trabalho real é aquele das pessoas que integram os grupos gays."

Leia mais sobre a drag espanhola em um perfil especial que a revista A Capa está preparando para sua edição de julho. Enquanto isso, ouça alguns hits da artista em seu MySpace.

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