Encontro com estudantes gera críticas da Lega e defesa de presídios e ativistas LGBTQIA+
Um encontro no Liceo Artistico Munari, em Acerra, Itália, entre a drag queen ativista Priscilla (nome artístico de Mariano Gallo) e estudantes de 13 a 17 anos reacendeu debates intensos em todo o país. O evento, realizado durante a Semana do Estudante a pedido dos próprios jovens, tinha como objetivo promover diálogo sobre temas como bullying, omofobia, direitos civis e participação política.
Reação política e acusações da Lega
Meses depois, o deputado da Lega, Rossano Sasso, lançou críticas duras contra a iniciativa, anunciando uma interrogazione parlamentare (interpelação ao ministro da Educação) alegando que Priscilla não teria as qualificações pedagógicas necessárias para falar com menores e que o conteúdo apresentado seria ofensivo aos pais e ideologicamente enviesado. Sasso denunciou que “um sujeito sem competência educacional, vestido com uma kefiah, foi colocado na frente de estudantes” e afirmou que a presença de ativistas ideologizados com o apoio de docentes de esquerda estaria “assaltando” as escolas.
Uma narrativa de acolhimento e empoderamento
Por outro lado, Priscilla afirmou que o encontro foi fruto de uma demanda dos estudantes e realizado com total apoio da direção e professores da escola. Ela descreveu o momento como um precioso espaço de troca, destacando a maturidade e consciência dos jovens presentes. “Falei sobre a luta interseccional contra as discriminações, a importância da educação, direitos civis e até sobre questões internacionais, como a situação do povo palestino”, destacou a drag queen, que se emocionou com a participação ativa dos estudantes.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os aplausos e o engajamento caloroso dos alunos, reforçando o impacto positivo do diálogo.
Defesa dos presídios e da pluralidade na escola
Mario Rusconi, presidente da Associação Nacional de Presídios de Roma, ressaltou que a escola deve ser um espaço livre de conflitos políticos e aberto ao debate democrático. Para ele, promover o confronto entre diferentes vozes, mesmo as divergentes, é fundamental. Rusconi exemplificou o equilíbrio sugerindo que, se um ativista pró-Palestina é convidado, um representante israelense também deveria participar para garantir pluralidade e respeito.
Segundo o dirigente, politizar excessivamente o ambiente escolar prejudica os jovens e o verdadeiro papel da educação, que é justamente fomentar o diálogo e o pensamento crítico.
O que essa polêmica ensina para a comunidade LGBTQIA+
Esse episódio em Acerra evidencia os desafios e resistências que ativistas LGBTQIA+ ainda enfrentam ao levar suas vivências e pautas para espaços educativos. Mas também revela a força da juventude que busca se informar, se reconhecer e transformar suas realidades. A presença da drag queen Priscilla em um ambiente escolar mostra como a arte e a representatividade podem abrir caminhos para debates essenciais sobre identidade, direitos e diversidade.
Para a comunidade LGBTQIA+, é um lembrete do quanto a educação inclusiva é vital para combater o preconceito e construir um futuro mais justo e plural.
O caso segue repercutindo, reforçando a importância de garantir que escolas sejam territórios de escuta, respeito e empoderamento para todas as identidades.
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