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Drag rural: pai e filho unem forças para levar shows LGBTQIA+ ao interior

De um passado de rejeição à parceria no palco, duo transforma pequenas cidades com arte drag e acolhimento
Drag rural: pai e filho unem forças para levar shows LGBTQIA+ ao interior

De um passado de rejeição à parceria no palco, duo transforma pequenas cidades com arte drag e acolhimento

Em uma pequena cidade do interior do Arizona, uma transformação emocionante acontece entre luzes coloridas e batidas de músicas icônicas. Chris Hall, conhecido no palco como Miss Nature, é um drag queen que há quatro anos dedica sua arte e energia para levar shows de drag a locais rurais, onde a comunidade LGBTQIA+ muitas vezes não encontra espaços seguros para celebrar sua identidade.

O que torna essa história ainda mais poderosa é a presença constante de Terry, pai de Chris, que no passado foi distante e até hostil diante da orientação sexual do filho. Criado em Florence, uma cidade pequena e conservadora, Chris enfrentou a rejeição do próprio pai, que chegou a pedir que o jovem andasse metros atrás dele em público para esconder sua sexualidade. Mas o tempo e o amor transformaram essa relação.

De rejeição à parceria: o reencontro de um pai com o filho drag

Terry, que já se declarou um dos piores pais para um filho gay, hoje é um dos maiores apoiadores do trabalho do filho e até ajuda na organização dos eventos. Essa mudança veio após anos de diálogo, reflexão e a experiência de entrar em contato com a realidade da comunidade LGBTQIA+ por meio do próprio filho e de histórias que o sensibilizaram profundamente.

Durante as apresentações, Terry é carinhosamente chamado de “Daddy Nature” pelos performers, um símbolo da união reconstruída e do apoio incondicional que hoje oferece. Ele compreendeu que os shows de drag não são apenas entretenimento, mas sim uma forma de expressão artística e, principalmente, um espaço vital para acolhimento e resistência em regiões onde o preconceito ainda é forte.

Levando brilho e representatividade para o interior

Os shows de Miss Nature percorrem cidades com poucos recursos e presença tímida da cultura LGBTQIA+. São noites de pura alegria, com performances que misturam glamour, humor e emoção, cativando até mesmo quem assiste pela primeira vez. A cada parada, a equipe do Arizona Pride Tour promove encontros que fortalecem laços e ampliam o sentimento de pertencimento para pessoas que muitas vezes se sentem isoladas em suas comunidades.

Apesar do sucesso, o caminho não tem sido fácil. Grupos conservadores e religiosos frequentemente protestam contra os eventos, questionando a presença de jovens e tentando limitar a expressão pública da diversidade. Em resposta a esses desafios, Chris tomou a difícil decisão de suspender a participação de menores no próximo ano para garantir a segurança de todos. Ainda assim, mantém o compromisso de incluir recursos e informações para apoiar jovens LGBTQIA+ por meio de organizações parceiras.

A importância de espaços seguros e visíveis

Além de promover diversão e arte, os shows têm um forte papel social. Chris, que já viajava horas para encontrar espaços seguros fora de sua cidade, sabe o quanto é precioso ter locais de acolhimento no próprio bairro. “Eles merecem sentir que pertencem, que são valorizados e que podem contribuir para suas comunidades sem medo”, afirma.

O impacto é sentido não só pelos participantes, mas também por familiares que buscam entender e apoiar seus filhos e netos, como Debbie, avó de uma pessoa não binária, que encontrou nos eventos uma forma de aprendizado e conexão.

Um legado de amor e superação

O reencontro entre Chris e Terry é um lembrete poderoso de que, mesmo em meio a adversidades, é possível construir pontes e transformar o preconceito em amor. No palco, pai e filho emocionam o público com performances que celebram a jornada de ambos, como a apresentação de “Because of You”, que simboliza a complexa relação que os uniu para sempre.

Essa história de drag rural e reconciliação familiar inspira a todos nós na comunidade LGBTQIA+, reafirmando a importância de ocuparmos todos os espaços, do centro urbano à cidade pequena, com orgulho, visibilidade e solidariedade.

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