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Duda Martins, o assistente gay de Val Marchiori, conta os bafos do reality “Mulheres Ricas”

O programa "Mulheres Ricas", da Band, já é o hit desse verão. O reality show mostra o dia a dia de cinco endinheiradas do país: Narcisa Tamborindeguy, Val Marchiori, Débora Rodrigues, Lydia Sayeg e Brunete Fraccaroli.

Logo na estreia, a atração foi parar no trending topics do Twitter e caiu na graça dos gays. O programa não deve ser levado a sério, é diversão pura.

O formato vem dos Estados Unidos. Por lá, o reality se chama "The Real Housewives of…" (As verdadeiras donas-de-casa de…) e mostra o cotidiano de mulheres de várias cidades do país, como Los Angeles, Nova York e Atlanta. Todas bem ricas, é claro.

Na versão nacional, cada uma das 5 se destaca à sua maneira, mas é Val Marchiori quem rouba a cena. A moça, de 37 anos, ficou mais conhecida país afora depois de ser capa da "Veja São Paulo", onde mostrava sua rotina básica de luxos e como gastava bem fácil 75 mil reais numa tarde. Val ainda foi repórter do programa "Amaury Jr.", da Rede TV!, mas é no "Mulheres Ricas" que ela explora a toda potência sua personagem de rica enlouquecida.

Desde o primeiro episódio, outro integrante ao lado de Val chamou a atenção: Duda Martins. O moço é cabeleireiro e maquiador exclusivo de Val, está a postos sempre que ela precisa ser preparada para os holofotes ou para um passeio básico pelos Jardins. Gay assumido, Duda promete ser um dos destaques do reality, ao lado das cinco senhoras. O moço é fã ardoroso da The Week, também gosta de ir na Lôca às quintas e adora um Mc’Donalds.

A seguir, você confere a entrevista com Duda. Ele conta que precisou emagrecer 7 quilos para aparecer no programa, fala das comparações dele com o personagem Crô, de "Fina Estampa", e diz que nem tudo é o que aparece na TV. Confira!

Há quanto tempo você trabalha para a Val?
Desde de 2009  que trabalho exclusivamente para ela. Mas nós já nos conhecemos há 7 anos. Eu trabalhava no salão do Celso Kamura e a Val me chamou para trabalhar com ela.

O que você faz exatamente?
Cuido do cabelo e da maquiagem dela. Ela está sempre arrumada daquele jeito que aparece no programa, mesmo que seja para uma saidinha básica. E também dou umas dicas de styling na hora que ela vai se vestir.

As pessoas estão comparando você ao Crô ,de "Fina Estampa," o faz tudo de Tereza Cristina. Isso te incomoda?
Olha, se for comparado pelo carinho e atenção que eu tenho pela Val, assim como o Crô tem por Tereza Cristina, eu não me importo. Mas, pelos gritos que ela dá com ele, sim. Não tem nada a ver com minha relação com a Val. Nossa relação é de igual para igual, ela não me trata como subordinado. Além do lado profissional, nós criamos uma amizade. E você sabe como é mulher com amigo gay, né?! Não desgruda! Por isso nós fazemos muitas coisas juntos e acaba que o povo acha que eu sou um faz tudo dela, mas não é verdade. Eu presto serviços para ela e hoje também temos uma amizade. Mas o povo comenta demais!

Como é a Val como patroa?
É mulher… oscila o humor. Mas quando ela tem seus ataques de gritos, não é comigo. O bom é que ela não guarda rancor. O que tem que falar ele já fala e acaba logo com aquilo. Agradeço muito a ela por nossa amizade. Do lado profissional, ela é uma cliente minha normal.

Desde o começo você soube que ia participar do programa?
Sim. Quando o diretor convidou a Val, ele já tinha pesquisado sobre a vida dela e sabia que ela tinha um cabeleireiro exclusivo. Então ele também me convidou, por achar interessante a minha participação no reality.

Você teve que passar por alguma transformação para aparecer na atração?
Olha, eu era bem mais bombadinho e eles me pediram que emagrecesse 7 quilos! Elas queriam um gay magro, feminino, bem gay de novela mesmo. E pediram para eu ser engraçado, enfim, eles enchiam a gente de champagne para que a gente fizesse uns bafos em cena. Agora estou malhando para ficar forte de novo.

Durante as gravações eles também interferiam no que vocês tinham que falar?
Naquelas imagens em que você vê a gente falando direto para a câmera, o diretor fica cutucando, tentando tirar seu lado mais espinhoso. Teve um episódio que fui fazer o cabelo da Débora. Daí depois eles queriam que eu falasse mal dela, do figurino. Eu sempre tentava ficar de boa, só dava uma leve cutucada!

Quanto tempo levaram as gravações?
Foram uns 3 meses e nós gravávamos direto, só folgávamos aos domingos. Era bem cansativo. Porque não era uma coisa do tipo: liga a câmera aí e vai gravando. Se não ficava bom, a gente tinha que voltar, repetir e gravar de novo. É um programa de TV, então se dava algum problema no áudio ou na luz, a gente tinha que fazer de novo.

Como é para você se assistir agora?
É uma surpresa! Porque a gente gravou e não podia ver nada. No segundo episódio, quando fomos para Angra, eu fiquei um pouco assustado. Porque eles tacavam champagne na gente, para que a gente causasse e eu apareci bem louco no vídeo (risos). Se a gente tivesse se assistido antes de o programa ir ao ar, talvez ficássemos travados em cena.

Então quer dizer que tem muita coisa pautada?
Olha, eu posso dizer que 60% do que está ali é real e 40% são aquelas pessoas mais inflamadas. Teve um episódio que ainda não foi ao ar, de um piquenique, que a Brunete chega com um maquiador dela, que até então nunca tinha aparecido. Então o diretor fala para eu marcar meu espaço, não deixar ele falar, mostrar que eu era o gay do programa. Eu acabo imitando a Narcisa, foi bem engraçado!

Em algum momento você mostra um pouco da sua vida gay?
Sim, teve um dia em que fomos ao Sonique, e eles gravaram comigo e com os meus amigos. Tem uma parte em que a Val pergunta para mim como é ser gay hoje, como é a relação com a minha família, se eles me aceitam. Falei sobre namoro, drogas. Achei legal que eles abriram esse espaço.

E como está a repercussão nas ruas?
Olha, tem muita gente assistindo, especialmente os gays. Aonde eu vou, nas baladas, o povo vem falar comigo. Me chamam de Dudinha. Outro dia no supermercado uma senhora falou: ‘como você consegue trabalhar para aquela mulher? Ela é insuportável!’. Tem muita gente que acha que eu sou um ator contratado (risos).

No final, o balanço da sua participação foi positivo então?
Sim, bem positivo. Agora só está aparecendo eu fervendo. Mas nos próximos episódios vai aparecer mais do meu lado profissional também. O Wanderley Nunes [top cabeleireiro de São Paulo], com quem trabalhei, dá um depoimento me elogiando. Então acredito que para o meu trabalho vai ser muito bom.

Você tem planos de trabalhar na TV?
Olha, planos eu não tenho. Só se pintasse alguma coisa junto com a Val mesmo. Se de repente ela fosse chamada para participar do "A Fazenda" e topasse… Mas esse mundo de posar para revistas, atuar, etc, não é muito comigo. Fiquei 2 anos e meio na Europa para aprimorar minhas técnicas e quero investir no meu trabalho.

E o que vem por aí?
Vou continuar trabalhando com a Val. No Carnaval nós vamos ser destaques juntos na Escola de Samba Unidos de Vila Maria. Só posso dizer que fico lisonjeado de representar os gays nesse reality e mostrar que nós somos determinados e corremos atrás do que queremos.

Para quem quiser conferir mais de Duda e sua Val, é só assistir ao "Mulheres Ricas", que vai ao ar às segundas na Band, às 22h15.

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