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Dupla de DJs Chus & Ceballos é atração na E-Joy de carnaval em Florianópolis

Há quatro anos surgia a festa E-Joy, produzida por Rodrigo Zanardi, que se tornou uma das mais conhecidas em São Paulo. Em 2005, a festa reuniu cerca de 14 mil pessoas no Anhembi e trouxe para o Brasil a cantora diva Deborah Cox. No mesmo ano, a E-Joy seria a primeira festa a trazer o DJ Offer Nissin, que hoje é praticamente residente da The Week.

E, agora, a festa promete arrasar no carnaval de Florianópolis. Rodrigo Zanardi, produtor e criador da festa conversou com a reportagem do A Capa. Na entrevista, Zanardi fala sobre as duas festas que irão acontecer no carnaval, sobre os DJs brasileiros e a respeito da comemoração de cinco anos da E-Joy.

Por que fazer mais uma vez em Florianópolis?
Eu fui o primeiro a fazer festa em Florianópolis, até então não existia essa cultura em floripa. Comecei a fazer isso lá com a E-joy. E porque fazer em floripa, porque nesse carnaval a cidade vai estar no auge. Muita gente vai pra lá, e agora Florianópolis está no calendário oficial gay de Carnaval, até no New York Times saiu, não só como destino gay, com também no turismo geral. Tanto é que no Réveillon tinha muito gringo lá, principalmente os europeus. Acredito que com o Carnaval esse número vai aumentar.

Tem alguma novidade para esse ano?
A novidade é que pela primeira vez em Florianópolis Chus e Ceballos irão tocar na festa de cinco anos da E-Joy, que será nas margens da lagoa da Conceição, que é um cenário perfeito.

Qual é o critério que vocês usam para escolher os DJs?
A E-Joy é de um segmento onde as pessoas são muito antenadas com as novidades de música eletrônica. Então é isso que pauta, eu realmente fico atento no som que o público da E-joy vai curtir. O Chus e Ceballos, a própria Ana Paula que tocou em São Paulo pela primeira vez na E-joy, não excluo outros DJs. Aliás, agradeço quem me procura para tocar, mas a festa tem um estilo. 

Você tem alguma estimativa de público para esse ano?
Fazer evento é uma incógnita, não dá para você prever se vai ter cinco mil pessoas ou vou ter mil. Você depende de vários fatores e principalmente da natureza. Se vai chover, queira ou não, atrapalha um pouco. Por mais que você tenha uma festa consolidada, isso atrapalha e ainda mais se for chuva forte. Você tem que ver o que vai ter de festa na região, você não pode ignorar isso. Fazer festa ou organizar um evento é uma ciência. Na verdade, você tem que quebrar a cabeça planejando. Um nome, uma grife e um DJ bacana ajuda muito, mas não é só isso que faz o sucesso da festa.

De todas as edições da E-Joy, tem alguma que mais lhe marcou?
Posso dizer a que mais marcou no sentido bom, e uma no sentido ruim. A festa já tem uma trajetória longa e tem vários altos e baixos de luta para se fazer um evento bacana. Uma que marcou e foi frustrante foi quando o Offer Nissin veio pela primeira vez em um sábado e mandaram embargar a festa. Era para ser "a" festa e, o pior de tudo, é que as pessoas acham que o erro é seu. Nunca querem saber o que realmente aconteceu e qual foi o fato por mandarem fechar a festa. Agora, uma que foi bem bacana foi o primeiro Réveillon(2007/08) que fiz em Florianópolis, no Lagoa Iate Clube. Essa festa foi perfeita, tudo funcionou.

Além da edição de carnaval você pensa em fazer outra E-joy esse ano?
Faço a edição de carnaval no dia 22 de fevereiro e, pela primeira vez, vou fazer pós-carnaval no dia 27. E pretendo fazer a festa comemorando cinco anos da E-joy em São Paulo, provavelmente no meio de março.

Quantas pessoas trabalham contigo para fazer acontecer a festa?
Olha, com os chefes de seções, porque aí vai ter o cara que só vai cuidar da montagem de som, um da equipe da segurança e mais todo o resto vai dar uma média de 80 pessoas.

Já há previsão de venda para os ingressos?
Os ingressos começam a ser vendidos amanhã (sábado(30/01) na loja Anjo da Guarda, no shopping Frei Caneca. E em Florianópolis será vendido nas lojas Colcci.

Os preços?
Começa a R$40, que é um preço acessível pelo porte do evento. E R$30 do evento de sexta-feira pós-carnaval.

São preços por lote? Antecipados?
Antecipados e primeiro lote.

Acredita que São Paulo carece de festas fora dos clubes?
Carece. São Paulo precisa de mais festas, porém não é fácil de produzir. Você tem que estar realmente empenhado em fazer isso e preparado para todos os tipos de circunstâncias: de que a festa vai dar certo e principalmente em não dar certo. Tem que fazer um investimento: tem locar espaço, pessoal, gerador… ou seja, você tem que locar tudo e tem também a questão da documentação. É um custo alto e tem que ter coragem para fazer. Você só vai colher os frutos lá no futuro. Com a E-joy não foi diferente.

Ter um DJ gringo no line-up faz a diferença?
Faz. Mas, depende do DJ gringo. Eu admiro muito o trabalho dos nossos DJs, acredito que eles mais do que ninguém sabem o que o povo brasileiro quer ouvir. Quando você contrata um DJ gringo, você tem que dar um toque, tem que mostrar vídeos das festas… porque de repente ele coloca um som que lá fora funciona e aqui não. Um nome conhecido ajuda bastante? Claro que ajuda. Só que, Chus e Ceballos, são super bacanas. Eles não são tão explorados ainda, não dá para dizer que é mesmice.

Você bancaria o Offer Nissin de novo?
Bancaria. Ele ainda traz um público. Mas, acredito que as pessoas têm que cultuar mais os nacionais. Temos muitos DJs bons que não devem nada a outros DJs. Por exemplo, a Ana Paula toca muito lá fora, ela é uma das poucas DJs do nosso circuito, o gay, que é muito tocada lá, ela está no Canadá hoje tocando. Nós temos nomes bons, mas existe aquele velho ditado: o anjo de fora é que faz milagre, mas nem sempre a regra é essa. 

Você acredita que as label parties (como E-Joy, X-Demente e R:evolution) têm prazo de validade?
Se você souber administrar e reinventar não tem prazo de validade. Agora, como qualquer negócio, se você vacilar, se acomodar e achar que a sua marca é conhecida, é uma grife, e se acomodar… simplesmente lançar a marca, locar um espaço e fazer a festa e pronto e pensar que vai ser sucesso sempre, aí sim vai ter prazo de validade. A Madonna só é Madonna porque ela se reinventou.

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