O duo norte-americano MGMT – sigla para "Management" – sacudiu a música pop em 2008 com o álbum "Oracular Spectacular". Agora, depois de uma ansiosa espera, os fãs recebem o segundo CD da banda, "Congratulations".
O álbum foi lançado em 13 de abril, mas antes disso a dupla já havia disponibilizado a faixa "Flash Delirium" no site oficial. Posteriormente, liberaram o álbum inteiro para download. E dividiram opiniões. Enquanto uns adoram, outros se dizem frustrados, afirmando que não existe o mesmo impacto do trabalho anterior.
Confira aqui uma viagem faixa a faixa pelo novo álbum dos dois rapazes fofos, fashion e deliciosamente bizarros.
1. It’s Working
Abrindo o disco, uma música poderosa e com um refrão marcante, que vai galopando na parte final. É talvez a melhor faixa, não por acaso escolhida para abrir. O trabalho vocal é esplêndido e lembra os melhores momentos do CD anterior.
2. Song for Dan Treacy
Também é facilmente identificável como uma música do MGMT. Estão lá os elementos surrealistas e fantásticos, incluindo alguns arranjos que lembram rockzinhos indie dos anos 90.
3. Someone’s Missing
O vocal é inconfundível, com a voz de anjo extraterrestre do loiro Andrew VanWyngarden criando o clima inicial para a canção deslanchar depois. Um momento lírico e interestelar na linha David Bowie que a dupla tanto preza.
4. Flash Delirium
O auge apoteótico, com a música de trabalho do disco marcando presença. Vocais alucinados, mistura de baladinha dance com rock destrambelhado, incluindo coros "hippongos" e clímax musicais característicos da dupla. Enfim, a faixa-épica do disco, apontada por alguns como o único grande momento do CD.
5. I Found a Whistle
Outra balada intergaláctica, repetindo um pouco o clima de algumas faixas do álbum de 2008, mas com a vantagem de crescer no clímax final.
6. Siberian Breaks
A canção mais saudosista do álbum. O clima geral é de início dos anos 70, lembrando grandes momentos de gente como Carole King, Seals and Crofts (do hit "Summer Breeze", de 72) e Don McLean, além de grupos dos 60 como Mamas and Papas. Na metade, a música muda completamente e se transforma em hino futurista, e depois um tema quase instrumental. Um dos grandes momentos do álbum.
7. Brian Eno
Obviamente um tributo a Brian Eno, um dos papas do glam rock, tecladista da banda Roxy Music – que influencia o MGMT um tanto na música, mas principalmente no visual extravagante. Um roquinho fervido, que parece banal no início, mas que diz a que veio a partir do refrão.
8. Lady Dada’s Nightmare
De volta aos climas etéreos, líricos e aqui um tanto sinfônicos, incluindo órgãos messiânicos. Tudo para ilustrar o pesadelo da tal "Lady Dada" – seria uma referência à onipresente Lady Gaga ou uma citação ao dadaísmo? Gritos lancinantes e um tema meio industrial remetem à segunda metade da década de 80. É a única faixa sem letra.
9. Congratulation
Fechando o disco, é quase uma canção de despedida, sem grandes arroubos. Efeitos futuristas suaves e um clima de "é isso, minha gente". E é isso mesmo – a conclusão que chega é de que o duo não se preocupou em repetir a grandiosidade do primeiro álbum, e simplesmente fez um novo trabalho sem grandes pretensões. E o resultado final é bom, ajudando o MGMT a escapar da famigerada "síndrome do segundo disco".