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“É antidemocrático e inconstitucional”, diz Jean Wyllys sobre vídeo antifamília gay do PSC

O vídeo institucional sobre a família do Partido Social Cristão (PSC), que prega haver uma "censura e imposição de valores contra a essência da família", não está causando polêmica apenas nas redes sociais, mas também entre ativistas e parlamentares.

À reportagem do A Capa, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que a posição ideológica do PSC não surpreende. "A posição deles não me surpreende e devo dizer que eles foram até honestos em assumir publicamente que são contrários a mulher, pois enxergam a ela apenas como reprodutora. Isso é a demarcação de uma posição, do nosso lado, dos progressistas, cabe uma resposta", declarou Wyllys.

O deputado diz que posições como a PSC, que vão a público dizer que são a favor da família heterossexual em detrimento das uniões homoafetivas, servem para reforçar e fazer ver quem está do lado do pensamento progressista e quem está do lado dos conservadores. Jean Wyllys também acredita que por conta do PSC estar na base do governo federal eles se sentem "poderosos e corajosos para vir a público e assumir tal posição".

A respeito de existir uma "censura e um ataque contra a família", Wyllys afirma ser uma "falácia" do partido, pois, para o parlamentar "a família heterossexual não está sofrendo censura nenhuma. Eles também não pensam em famílias separadas , falta sensibilidade. Chega a ser um acinte ele excluírem o amor que as mães solteiras dão aos seus filhos, uma mãe que se dedica sozinha o seu filho também lhe dá amor. Esse vídeo é um absurdo, antidemocrático e inconstitucional", finaliza o deputado.

Quem também se posicionou a respeito do vídeo do Partido Social Cristão foi o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis (ABGLT), Toni Reis que classificou como "triste" a campanha política do partido.

Segundo Reis o vídeo "ignora os dados do último censo populacional que, entre outras estatísticas, aponta que 51% das pessoas de referência das famílias são mulheres, 17,1% das famílias são compostas por casais sem filhos e 17,4% por mulheres sem cônjuges, mas com filhos. Inclusive até a família da presidenta Dilma foi excluída pela propaganda, visto que ela vive somente com a mãe e uma tia".

Toni Reis ainda pontua que "um partido político veicular este tipo de propaganda é atentatório aos princípios democráticos da igualdade, da dignidade humana e da não discriminação, entre outros". O ativista também questiona se o partido não deveria respeitar a constituição federal, que prega a não discriminação.

Fernanda Estima, ativista lésbica e feminista da Marcha Mundial das Mulheres, que já foi casada com um homem, teve um filho e hoje vive uma família homoparental,  declarou que se sentiu "ofendida" com a campanha. "É uma ofensa ao direito de vivermos felizes como queremos, até o meu filho, que tem 11 anos, sabe que temos o direito de viver como desejamos e que nós somos, de fato, uma família", protestou Estima.

A ativista também pontua que tal vídeo é inconstitucional. "Perante a Constituição somos todos iguais e junto com isso temos a decisão do STF, que nos garante a igualdade no amor. Isso sem contar que um partido Social Cristão vai contra o Estado Laico. Querem pregar? Vão pra igreja", finaliza Fernanda.

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