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É novidade o Bocage ter fechado?

Quem passar na alameda Itu poderá ver com seus próprios olhos a placa de aluga-se, em frente ao famoso Bar du Bocage. Este provavelmente foi o primeiro bar freqüentado por gays e lésbicas que hoje estejam na faixa dos vinte e poucos anos. É quase impossível conversar com alguém que nunca tenha passado pelo bar ou ao menos ficado na rua entre a Itu e a Consolação, repleta de pessoas por todos os lados, casais ou grupos de amigos.

E justamente por isso pensamos, por que fechou? E nesta hora, piadas à parte, vale fazer uma reflexão sobre como em 5 passos fáceis o Bocage foi ao longo do tempo perdendo clientes e ficando cada vez mais vazio, assim sendo, como falir um bar LGBT em 5 lições:

Contrate somente garçons heterossexuais. Sério, quem nunca passou, ou teve uma amiga lésbica, que passou pelo desconforto de ser cantada por um dos garçons do Bocage?

Contrate garçons homofóbicos. Sim, vários amigos e amigas já reclamaram de maus tratos por lá;

Contrate garçons que tenham fetiche em ver um casal de lésbicas se beijando. Afinal, quantas vezes você amiga estava lá no “bem bom” e, de repente, percebeu que não tiravam os olhos da sua mesa?

Nunca, jamais instale um som ambiente. Todo mundo sabe que música é algo excelente para descontrair qualquer bar, mas nunca no Bocage houve música;

E por fim, de forma alguma inove. Foram anos indo ao Bocage ou passando em frente a ele, mas nunca nada mudou.

Essas foram apenas algumas piadinhas feitas por mim e alguns amigos e amigas sobre o fechamento do Bocage. Mas a pergunta paira no ar: por que é tão difícil encontrar bons bares para lésbicas e gays?

* Liliane Rocha é editora do site Diversidade Global – www.diversidadeglobal.com.

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