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E que a Parada Gay continue carnavalesca

Aconteceu ontem, domingo (15/02), no Largo do Arouche, região central e histórica da cidade de São Paulo, o bloco de rua gay e carnavalesco a Banda do Fuxico. Todas as letras que compõem o universo gay lá estiveram: trans caíram no samba e assim como muitas mulheres no Carnaval televisionado ficaram como ao mundo vieram, isso mesmo, nuas.

Gays dos variados estilos compareceram: as carnavalescas, as afeminadas, as "barbies" – personagens habitués dos grandes clubes GLS -, as indies da rua augusta, as gays da terceira idade. As dykes do Vermont e da festa Divas, se jogaram. Drag queens também dançaram. Enfim, ocuparam a praça todos aqueles personagens que constituem verdadeiramente a tal da diversidade do arco-íris.

Pois é, tanto se discute a tal da diversidade sexual/identitária, mas onde será que ela reside? O Carnaval é uma manifestação que vem para desnudar tal questão, mostra que a comunidade gay está em todos os cantos. Porém, podemos dizer que convivemos com a diversidade quando nos separamos por grupos/guetos dentro de discotecas alheios a nossa inexistência frente à constituição?

No Carnaval todos coexistem, da rica à pobre. O mesmo pode se dizer das Paradas Gays ao redor do Brasil. Muita gente critica o fato dela ter se carnavalizado e não passar de uma festa. Oras, mas se nós formos consultar os livros que tentaram montar um trajeto da história, não apenas gay, do povo brasileiro e de sua gente, verá que a ligação com o carnaval é intrínseca ao povo do Brasil. Para melhor entender, basta consultar Darcy Ribeiro, Gilberto Freire e James Green.

Tudo isso para dizer o seguinte: Fora do Carnaval e das Paradas gays, o mundo gay se subdivide e se desconstrói. No inverso desse caminho todo mundo se junta, se une e constrói a famosa "sopa de letrinhas" da antropóloga Regina Facchini.

Portanto, só nas Paradas gays é que podemos assistir carros (quando lá estavam) da Loca, Bubu, The Week e Sindicato dos Enfermeiros. Um ao lado do outro e misturando os seus respectivos públicos. E, é também no Carnaval, que se observa uma trans dançando apenas com o seu tapa sexo e um adolescente de 14 anos ao lado de seu pai, sambando, observando a reunião de todas as letras (LGBT) e aprendendo um pouco mais daquele universo que a escola ainda não conta para ele que existe.

E viva a carnavalização do povo brasileiro!

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