Depois de dizer que Jesus Cristo não seria contra os homossexuais em seu programa de rádio, o bispo Edir Macedo voltou a demonstrar apoio à comunidade LGBT em entrevista ao UOL. Segundo ele, que ainda vê a homossexualidade como pecado, os "os gays são bem-vindos" à Igreja Universal.
+ "Jesus Cristo não seria contra LGBT", diz Edir Macedo
"Tanto o Velho quanto o Novo Testamento condenam essas práticas. Entretanto, o Senhor Jesus não veio para condenar, mas para salvar. Não incriminou ninguém, exceto os religiosos hipócritas", respondeu via e-mail.
As declarações despertaram a ira de fundamentalistas religiosos e homofóbicos. Sobretudo porque mostram a possível mudança de práticas da igreja em promover exorcismos em LGBTs, acabar com a tentativa de converção de orientação sexual e a identidade de gênero, além de persegui-los desenfreadamente (inclusive dentro da política).
Vale lembrar que o próprio Macedo fez exorcismo em gays e divulgou em TV aberta há alguns anos. Atualmente, ele diz que segue a Bíblia e que a homossexualidade é um pecado, mas como qualquer outro. "Nem maior e nem menor" que a gula, a ira, a preguiça…
FILHO GAY?
Muitos comentários dizem que a mudança do líder religioso deu-se depois que o filho, Moysés, havia se declarado gay. O jovem teria sensibilizado o pai, que passou a encarar o assunto com maior sensibilidade. Porém, na verdade, sugere-se apenas um boato, nunca confirmado.
A notícia foi publicada originalmene por um site de fofocas gospel em 2013. Mas no dia seguinte o site tirou a matéria do ar: "Moyseis educadamente solicitou que a matéria fosse removida e negou qualquer veracidade na informação", disse o comunicado do site. Ninguém da família Macedo comentou a história até então.
LGBTs QUESTIONAM
Por outro lado, membros da população LGBT não têm engolido muito bem as recém-portas abertas. Afinal, o discurso vem sendo encarado como uma tentativa de atrair fieis – afinal igreja também é business e há várias concorrentes, né?
Atualmente, a Universal soma 2,5 milhões de fieis declarados e tem cerca de 7,5 milhões espalhados por outras congregações (IBGE). Fora que o discurso se assemelha – e muito! – ao do Papa Francisco, líder da instituição católica.
A suspeita ganhou força quando, juntamente com o apoio, Edir aproveitou para declarar que a sua Igreja "aceita os homossexuais" e que os acolhe "do jeito que são". "Nossa missão é pregar o Evangelho a toda criatura, independente do que ela é, faz ou deixa de fazer", afirmou.
Pelo bem ou mal, o discurso de aceitação é importante e o único caminho para o futuro (sobretudo para LGBT que estão no seio de famílias evangélicas e que sofrem com o preconceito), mas é preciso acompanhar de olhos abertos as mudanças de discursos de quem já promoveu o preconceito no passado. Afinal, de religiosos hipócritas – como bem disse Edir – a terra está cheia.
Confira vídeo de exorcismo promovido por ele: