Na última semana viralizou nas redes sociais uma matéria publicada no site da Coca-Cola, onde a empresa expunha com orgulho a "diversidade" existente dentro da companhia.
Intitulada "conheça parte do Comitê LGBT+ que está trabalhando a diversidade sexual na Coca-Cola Brasil", a matéria traz ações interessantes da gigante de bebidas voltadas para essa comunidade, mas peca na diversidade de seus funcionários.
As imagens compartilhadas dos integrantes dessa equipe são homens brancos, barbados, aparentemente heterossexuais… A representação ideal e exata do padrão tão perpetuado e cultivado nesse universo. Afinal, nem parece que eles são gays.
Após as críticas dos internautas, a Coca-Cola disse, ao Portal G1, que a foto foi uma "infelicidade" e que "por motivos da agenda", nem todos os funcionários que compõem a "diversidade" da marca puderam estar presente no momento da foto.
Fato é que iniciativas de grandes companhias promovendo e apoiando a pauta LGBT é realmente bastante significativa, contudo, falta mostrar na prática, em incluir funcionários fora desse estereótipo aceito e benquisto pela sociedade. Afinal, que "diversidade" é essa onde só tem homossexuais brancos com postura de heterossexual? Cadê os negros, os afeminados, as travestis e transexuais? Eles e elas inexistem? Não fazem parte da real diversidade desse universo há séculos estigmatizado?
Não que para ser homossexual você precise seguir um padrão homossexual de ser. Mas é que como o próprio termo sugere, somos diversos.
Esse episódio realmente "infeliz" serve de exemplo e reflexão a essas empresas para que elas reflitam que apoiar a diversidade é muito mais que sustentar o status quo. A diversidade existe e ela é, acredite ou não, diversa.
Tiago Minervino – Editor de conteúdo do ACapa
