No último dia 21 de outubro de 2024, o renomado escritor francês Édouard Louis participou do programa Roda Viva, transmitido pela TV Cultura, onde abordou temas relevantes como a homossexualidade, o machismo e as implicações que esses fatores tiveram em sua vida pessoal, especialmente na relação com seu pai. Durante a entrevista, Louis compartilhou como sua orientação sexual impactou negativamente a percepção que seu pai tinha dele e os sonhos que este alimentava para seu filho.
Desde a infância, Louis sentiu que não correspondia às expectativas tradicionais de masculinidade que seu pai alimentava. “Desde o meu nascimento, quando comecei a falar, me mover e andar, destruí os sonhos do meu pai. Ele sonhava em ter um filho varonil, que jogasse futebol e gostasse de mulheres”, afirmou o escritor.
Ele se descreve como um menino gay e afeminado que sonhava com outros meninos e tinha aversão a esportes, uma realidade que se tornou uma forma de traição para seu pai. “Eu traí a masculinidade dele porque, para ele, eu deveria ser um filho macho. Ser um homem de verdade é levar seu filho a jogos de futebol, ter conversas sobre masculinidade e ensiná-lo a consertar coisas, e eu não era assim”, continuou Louis.
Além disso, o autor discorreu sobre o isolamento social que sofreu devido à homofobia, tanto em casa quanto na escola, o que o levou a se distanciar de sua família e amigos da infância. Ele relembrou os insultos que sofria: “Me chamavam de maricón, trolo, puto”.
No entanto, Louis destacou que essa rejeição acabou por salvá-lo. “A violência e o desprezo que enfrentei na infância e adolescência me forçaram a buscar um novo caminho. Fui excluído e não tive outra escolha senão me mudar para uma cidade maior, ir à escola, ler livros e me desenvolver”, disse ele.
O autor também enfatizou que seus livros são um litígio e uma revolta contra a história da literatura, que frequentemente narra histórias de pessoas que escapam de suas origens como se fossem mais inteligentes ou sensíveis. “Eu não era mais sensível, apenas fui forçado a sair”, concluiu Louis, refletindo sobre como sua experiência moldou sua carreira literária e sua visão de mundo.
Essa reflexão de Édouard Louis ressoa com muitos na comunidade LGBT+, que frequentemente enfrentam pressões semelhantes em relação às normas de gênero e sexualidade. Suas palavras são um poderoso lembrete da importância de aceitar e celebrar a diversidade em todas as suas formas.
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