Comecei bem o dia hoje, mas profissionalmente da pior maneira, tendo que dar a noticia mais tristes dos últimos meses. A história de Alexandre Ivo, jovem de 14 anos que foi brutalmente torturado e assassinado por skinheads na cidade de São Gonçalo, Rio de Janeiro, na ultima segunda-feira (21/06).
E isso ocorre depois de um dia em que noticiamos o fato do deputado Eduardo Cunha (PMDB), também do Estado do Rio de Janeiro, ter proposto um projeto de lei que vise acabar com a heterofobia.
Deveriam agora pegar a reportagem com o garoto e mostrar para o parlamentar e perguntar: O senhor ainda vai levar adiante essa brincadeira torpe de heterofobia? Já viu algum garoto heterossexual de 14 anos ser torturado, espancado com pedaços de madeira, ferro e pedras, estrangulado e ter o rosto desfigurado? Acredito que não.
É claro que quase todos os dias temos homossexuais e travestis assassinados pelo Brasil a fora, que mesmo não sendo num país teocrático e nem ter forca para gays, é um dos que mais mata homossexuais.
O que mais choca na história de Alexandre é a sua idade. Tão jovem e com certeza tão cheio de ansiedade pela vida que ainda tinha inteira pela frente.
É por essas e outras que não acredito em destino pré-fabricado. Ele voltava pra casa após uma festa com amigos. Três covardes rondavam as ruas atrás de sua vitima. Encontraram e saciaram o sue fetiche criminoso que é torturar e matar homossexuais e dessa vez pegaram uma criança. Sim, 14 anos, acabou de chegar à adolescência.
O horror é o horror…
Há dez anos o Brasil se chocava com outro brutal assassinato. Edson Néris caminhava com o namorado pela Praça da República no centro histórico de São Paulo. Também foi vitima da covardia torpe de um grupo de skinheads. Espancado até a morte. Agora choramos a morte de um jovem de 14 anos.
Quantos homossexuais terão que ser assassinados para que a homofobia se torne crime? E agora, o que os evangélicos fundamentalistas dirão? Que ainda queremos privilégios?