O ex-presidente da Câmara e deputado cassado pelo PMDB do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha, foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão nesta quinta-feira, 30. A decisão foi proferida pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Cunha está preso em Curitiba desde o ano passado. “O condenado recebeu vantagem indevida no exercício do mandato de Deputado Federal, em 2011. A responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente”, afirmou o juiz federal na sentença. Moro acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) que acusou Cunha de receber propina em contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na África. A defesa de Eduardo Cunha afirmou que irá da decisão no Tribunal Regional Federal (TRF) da 4º Região, em Porto Alegre (RS). “Causa perplexidade a velocidade com que a sentença foi proferida, o que nos leva a duas conclusões: a peça da defesa, para o juiz, foi mera formalidade, eis que, muito provavelmente sua excelência já tinha, no mínimo, uma minuta de decisão elaborada; e, mais uma vez, tenta evitar que o STF julgue a ilegalidade das prisões provisórias por ele decretada”, disse.