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Eleições: Silvetty Montilla conversa com A Capa sobre sua candidatura a vereadora pelo PSOL

O site A Capa enviou perguntas para todos os candidatos LGBTs a vereador na cidade de São Paulo. As mesmas questões foram enviadas para os 10 representantes da comunidade gay que concorrem a uma vaga na Câmara Municipal da cidade. A seguir você confere a entrevista com Silvetty Montilla, candidata do PSOL.

Como surgiu a oportunidade de você se candidatar a vereadora?
Surgiu da necessidade de melhorar a vida da população LGBT, que constantemente vem sofrendo ataques de fundamentalistas religiosos… E, claro, pelo convite do Bill [da Pizza, também candidato pelo PSOL], que sempre me estimulava quando a gente conversava sobre o partido e sobre política de modo geral.

Quais são seus diferenciais em relação aos outros candidatos?
Acredito que a minha experiência de 25 anos na noite me deixa perto da realidade dos LGBT e isso é muito importante, porque conheço o que as pessoas vêm enfrentando no seu dia a dia e do que elas precisam.

Quais são suas principais propostas?
Nós ainda estamos fechando nossas propostas para a cidade, mas as principais são as bandeiras do PSOL: mais investimento em educação, pra permitir educação em direitos humanos e educação contra a homofobia. O Giannazi [candidato a prefeito do PSOL-SP] quer que a educação volte a ter 31% do orçamento. Mais investimento em saúde, sem privatização. Tem muita organização social que nega camisinha, não pode! Se for público, não fica assim. Tem que garantir também que os funcionários públicos atendam bem os LGBTs e saibam do que eles precisam. Não adianta só falar de camisinha pra lésbica, por exemplo. Mais dinheiro pra Cads, o órgão da prefeitura que cuida dos assuntos LGBT. O Kassab não liberou quase metade do que prometeu! Mais Centros de Referência à Diversidade. Hoje só tem um e eles fazem um trabalho super importante com os gays em situação de rua. Garantir que a Parada não deixe a Paulista. Um vereador tentou chutar a Parada da Paulista, não pode, um monte de gente vai de transporte público, qualquer outro lugar ia esvaziar a Parada! Aprovar lei que multe por homofobia. Já tem uma lei estadual [10.948/01], mas a gente pode fazer uma municipal também.

Como você pretende ajudar a combater os ataques homofóbicos nas ruas de SP?
Primeiro tem que lembrar que polícia é tarefa do governo do estado. A cidade só pode cuidar dos prédios públicos, tipo praças, escolas. Mas pra combater a homofobia a gente não tem só a polícia. Tem um milhão de alunos nas escolas públicas municipais, tem que tirar do papel a educação em direitos humanos e ensinar o povo a não tratar mal os LGBTs, mas também não tratar mal mulher, negro, nordestino. Por que a gente não pode usar o kit escola sem homofobia? Pode sim! Não é porque a Dilma vetou que a gente não pode usar.

Na sua opinião, qual é o maior problema enfrentado atualmente pela população LGBT de São Paulo?
Eu acho que nós temos perdido a noção de cidadania. Somos privados de muitos direitos, temos muitos problemas e eles se apresentam sempre ligados com alguma coisa. Por exemplo, a bee sofre discriminação e não arranja emprego porque é afeminada demais, a outra não está contente com o corpo, mas a [secretaria de] Saúde não dá conta de fazer nada. Enfim, problemas existem muitos, mas precisamos pensar também nas responsabilidades do município e de um vereador, acredito que com ações na área da educação e saúde teremos mais resultados.

De que forma pretende construir seus aliados políticos?
Temos muitas pessoas que estão nos apoiando e acreditando na nossa candidatura. É lógico que sempre há pontos de vistas diferentes no movimento LGBT, nossos maiores aliados serão as pessoas e a pressão popular dos gays. Não tenho muita esperança em me aliar a vereadores da bancada fundamentalista para isso… Lembrando que tem muito religioso que defende os LGBTs, tem a ICM e muitas outras aí.

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