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Elvis & Madona

Amo "Elvis & Madona" num grau que vocês não tem noção. Tive a oportunidade de assistir ao filme em sua pré-estreia, no Festival Mix Brasil há dois anos. Comédia romântica que faz pensar, de cores fortes e marcantes, que já está na lista de preferidas.

Desde então venho tentando acompanhar sua trajetória pelos festivais de cinema por onde foi exibido. E apesar disso consigo imaginar a dificuldade de fazer com que finalmente o longa entrasse em cartaz.

Fui assistir ao filme de novo no domingo aqui no Shopping Penha, pertinho da minha casa. O que foi um tanto surpreendente e incomum. O cinema do Shopping Penha não tem um histórico muito glorioso de exibição de obras "alternativas".

A produção ganhou uma série de prêmios, incluindo melhor roteiro no Festival do Rio. Não foi à toa. O roteiro de Marcelo Laffitte é muito bom e a suavidade com que a trama se desenvolve torna a história muito crível.

"Elvis & Madona" é uma produção de baixo orçamento, mas todo o esforço da equipe compensa muito esse revés. Igor Cotrim e Simone Spoladore estão simplesmente perfeitos na pele da travesti Madona e da lésbica Elvis, respectivamente.

Uma das coisas mais legais, que os olhos mais distraídos podem deixar passar, está no figurino da Elvis. Ela sempre aparece com umas camisetas estampadas com grafites do Banksy.

Outra coisa muito bacana sobre "Elvis & Madona" foi o caminho inverso que este percorreu. Ao contrário de muitos longas que são baseados em livros, desta vez foi o roteiro de Laffitte que virou um inusitado romance pelas mãos do escritor Luiz Biajoni.

Comprei e li o livro logo que foi lançado e gostei muito. A forma como Biajoni adaptou a história e construiu a personalidade dos personagens, dando um pouco mais de peso ao lado policial da trama e maior destaque ao vilão João Tripé é de fato envolvente.

Corre ler o filme e assistir ao livro, povo. "Elvis e Madona" entrou em cartaz. É pra comemorar!

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