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Em edição dedicada às Divas, festa B.I.T.C.H.* comemora 15 anos no sábado

Em uma edição dedicada às Divas, a festa B.I.T.C.H.* comemora quinze anos no próximo sábado (22/11), no Centro Cultural da Ação da Cidadania (Avenida Barão de Tefé, 75 – bairro da Saúde). A label carioca, que já realizou mais de 150 edições, é conhecida por trazer nomes queridos das Barbies – gays musculosos.

A festa de aniversário contará com um line-up forte, com nomes como Marcus Vinicius, Vinicius, Rene Jr, Robson Araujo, Great Guy e Amandio.

Em entrevista ao site A Capa, o produtor e idealizador do projeto, Téo Alcântara, relembra momentos marcantes da festa e fala sobre a entrada da The Week na noite carioca. Além de revelar o segredo para se firmar no mercado GLS.

Pra começar, com uma curiosidade: qual a origem do nome B.I.T.C.H.*. Quem teve a idéia e por que esse nome?
A origem do nome B.I.T.C.H.* é mesmo uma história curiosa!  Cinéfilo que sou, eu era assinante da edição americana da revista Premiére, uma publicação sobre cinema.  Pois bem, Nessa época a Sharon Stone estava no auge da fama, e prestes a abrir a sua própria produtora de filmes.  Ela idealizou um concurso junto à revista, no qual os leitores deveriam enviar sugestões de nomes para batizar o novo empreendimento da atriz. O vencedor ganharia um jantar com ela, além da cópia pessoal do roteiro de "Instinto Selvagem" autografado. Um dos nomes finalistas foi "B.roads I.n T.otal C.ontrol H.ere".  Pensei ‘Broads… Boys… Barbies!’  É isso: Barbies In Total Control Here!  Nascia então a B.I.T.C.H.*!

A festa comemora 15 anos no próximo sábado. Gostaria que você citasse três edições memoráveis.
Só posso escolher três? Tarefa difícil essa, ainda mais para quem contabiliza mais de 150 edições!  Mas vamos lá:  A B.I.T.C.H.* de "Priscilla – A Rainha do Deserto" no Tivoli Park com a presença dos atores e do diretor do filme, a primeira edição no Terra Encantada, num Domingo de Carnaval, e a primeira com o DJ Offer Nissim, na Fundição Progresso, para o lançamento do CD "Confessions on a Dance Floor" de Madonna.  Mas saiba que estou sendo injusto com muitas outras!  Lembro com imenso carinho da primeira do Morro da Urca, a da festa de lançamento do filme "O Corvo", num casarão na Glória e a B.I.T.C.H.* Halleluiah, num casarão em São Conrado, uma das minhas prediletas!  Estas também foram antológicas, e estão entre as minhas favoritas.  Então é isso, meu TOP 6 (risos)

A BITCH já passou por diversos lugares ao longo de sua existência. Tem algum em que vocês ainda não fizeram uma edição, mas querem?
Até tem, mas até eu conseguir, não conto (risos)!  O segredo é a alma do negócio, e como dizia um amigo meu, em sua peça de teatro, "a esperança é a última folha que cai da árvore da vida!", e eu concordo!

O que mudou na B.I.T.C.H.* após a entrada da The Week na noite carioca?
Acho que na B.I.T.C.H.* propriamente dita não mudou muita coisa, até porque estamos falando de empreendimentos distintos: uma grande label party, e uma ótima casa noturna.

A X-Demente, outra label carioca, não acontece desde o carnaval. A que você atribui esse fato?
Não posso formar uma opinião a respeito da X, porque não sou muito de sair de casa, e há anos que não frequento a festa.

O que é preciso para se firmar por tanto tempo no mercado de noite gls? 
Acho que antes de tudo, se renovar constantemente e, principalmente, estar sempre atento às necessidades do público. Nisso, a popularização da internet tem nos ajudado muito, pois permite um conhecimento maior sobre o que os freqüentadores da festa curtiram ou não, seus anseios para as próximas edições etc.  Outro fator importante é investir constantemente, procurar sempre se superar e surpreender.

Ao longo desses 15 anos já sofreram perseguição ou algum tipo de preconceito por realizarem uma festa gls? Se sim, pode contar uma situação? 
A B.I.T.C.H.* sempre foi uma festa mais eclética, para todos.  O público hétero, ou "simpatizante", sempre compareceu significativamente, dificultando um pouco o preconceito com relação à festa. A coisa lúdica das edições em parques de diversão, a sensação de "voltar a ser criança" que a B.I.T.C.H.* sempre traz a cada edição, também ajudam a espantar qualquer preconceito.  Não é à toa que o nosso lema é "We Are Family"!
 
No line-up de clubes ou festas gays é comum encontrar nomes de Djs internacionais. Como a crise nas bolsas e o aumento no preço do dólar prejudicam a vinda desses produtores? 
Acho que trazer DJs de fora é sempre uma aposta arriscada, porque o profissional estrangeiro não está aqui toda semana, observando a reação do público brasileiro ao que é tocado nas pistas locais.  Se de uma cidade para outra os gostos já variam drasticamente, imagina de um continente para o outro?  Como a B.I.T.C.H.* é uma festa muito grande, que atinge massas, é bem difícil encontrar artistas internacionais que agradem a maioria.  Mas eles existem, e o Offer Nissim é um deles.
 
Acha que com a crise financeira o momento é de investir em Djs e produtores nacionais, ou ainda dá pra arriscar em trazer Djs gringos?
A resposta anterior meio que responde também a esta pergunta. Penso que ninguém melhor que os DJs brasileiros, especialmente os profissionais cariocas, para saber o que o público do Rio em especial gosta.

Quantas pessoas em média a festa costuma atrair? 
Não sou bom com números, sempre me perco nas contas… (risos), mas é muita gente!

No total, quantos funcionários/profissionais – contando, Djs, seguranças, barmen e todo staff – fazem a festa acontecer?
Se for contar todo mundo, dos DJs ao pessoal de limpeza, equipe de bar, caixas, pessoal de apoio, montagem, seguranças, técnicos, divulgadores etc, são centenas.

Em uma das festas um rapaz infelizmente chegou a falecer. Você pode falar a respeito do caso? Como a equipe tem se preparado para evitar acontecimentos como esse?
Em primeiro lugar, é bom esclarecer que esta informação não procede.  Acho que o rapaz a quem você talvez esteja se referindo, seja um que faleceu vários dias depois da festa no hospital, por ter feito uso de substâncias ilícitas.  Como disse acima, a B.I.T.C.H.* é uma festa lúdica, nosso objetivo é resgatar nas pessoas o lado criança, família delas. Por isso, toda a festa é orientada nesse sentido, o da diversão sadia, desde o estilo de som – leve e alegre – aos temas escolhidos etc.  Drogas não condizem com este perfil.

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