O ano de 2007 vai ficar marcado como o do aquecimento do mercado editorial gay. Em 2008 outro mercado que deve crescer voltado ao segmento GLS é o da religião. A revista Época de 24/12 publicou reportagem de Rafael Pereira sobre casamentos gays acontecendo em igrejas evangélicas. Clique aqui para ler, não é necessário ser assinante.
De acordo com a reportagem, os gays evangélicos que optarem por se casar no país contam com pelo menos três igrejas. A Igreja Contemporânea, a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM) – denominação americana com filiais em sete estados brasileiros e a Comunidade Cristã Nova Esperança, de São Paulo.
A revista cita o exemplo da Igreja Contemporânea. “Não é uma igreja gay, mas que aceita gays. Os homossexuais estavam em busca de um lugar para professar a sua fé” afirmou o fundador Marcos Gladstone.
Marcos percebeu que no mercado religioso brasileiro havia espaço para um igreja que acolhesse os gays, mas que não fosse militante. Desde que passou a aceitar homossexuais e mudou algumas regras, viu o número de fiéis na igreja quintuplicar. Passou de 20 para cem. Para os seguidores é proibido consumir álcool e cigarros e não é permitido fazer sexo fora do namoro ou casamento. O dízimo de 10% da renda familiar é obrigatório.
No templo da ICM, em Niterói no Estado do Rio de Janeiro, que já existe há dois anos, são 40 fiéis e 12 casamentos gays no currículo.
Como gancho da reportagem a revista acompanhou o casamento de Eduardo Silva, ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e Paullo de Oliveira, filho de um famoso pastor da Assembléia de Deus, casados há duas semanas. “Eduardo subiu primeiro ao altar. Paullo o alcançou depois de um atraso programado, buquê de flores nas mãos. Cantava “Uma Vez Mais”, tema da abertura da novela Alma Gêmea, da TV Globo”.
A reportagem fez bem em citar que embora casados sob as bênçãos de Deus, civilmente os pombinhos não são considerados como um casal. E lembrou do Projeto de Lei 1.151 de 1995 da então deputada federal Marta Suplicy.
A revista cita ainda a emoção dos pombinhos em outro trecho. “As mães prefiriram não dar o ar da graça para não criar polêmicas em suas próprias igrejas. Perderam a cena dos filhos chorando tanto ao pronunciar os votos de amor eterno que Eduardo foi obrigado a tirar as lentes azuis compradas para a ocasião. Casou-se de olhos castanhos.”