Acostumados a ver pregações de religiosos contrários aos direitos das pessoas LGBT, a homilia do último domingo, 05, presidida pelo padre Julio Lancelotti, da Pastoral da Rua, surpreendeu muita gente por seu tom crítico aos homofóbicos, especialmente o deputado federal e pretenso candidato à presidência em 2018, Jair Bolsonaro (PSC-RJ). No vídeo publicado em uma página católica no Facebook, Lancelotti se diz “impressionado em aparecer nas pesquisas [presidenciáveis] uma pessoa homofóbica e violenta como Bolsonaro, seguido por tanta gente no Brasil. Isso é vergonhoso”. “Alguém que propõe a violência, o assassinato e o extermínio dos gays; propõe uma homofobia; propõe que o homem é mais importante do que a mulher, de que o homem é melhor do que a mulher e que a mulher tem que ser submissa ao homem; isso é inaceitável no tempo em que nós vivemos. Isso não pode ser aceito”, finalizou. Ainda em defesa dos direitos das minorias sociais e refletindo sobre o dia Internacional da Mulher, comemorado todo 08 de março, o sacerdote fez um discurso duro à cultura do estupro e o machismo. “Para celebrar o Dia da Mulher, não basta dizer parabéns. Você tem que ser alguém que mude a cabeça, a forma de pensar, a maneira de educar, para que não haja mais cultura do estupro, em que os meninos não pensem que são mais fortes que as meninas, e que os meninos não mandem nas meninas. Meninos e meninas são dignos em imagem e semelhança de Deus”, disse. “Nós vivemos num mundo em que um homem tiver uma mulher 40 anos mais jovem é elogio para o homem; mas se uma mulher tiver um homem 40 anos mais novo, ela é anormal. Isso é cultura machista!”, finalizou.