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Em protesto, gays oferecem bomba de chocolate a homofóbicos

Aconteceu no sábado (20/06), por volta das 19h, a manifestação contra as ações violentas e homofóbicas ocorridas após a Parada Gay de São Paulo. Dentre as agressões, uma levou ao falecimento por traumatismo craniano do cozinheiro homossexual Marcelo Campos Barros, 35.

Pouco mais de duzentas pessoas compareceram à Avenida Dr. Vieira de Cavalho para fazer coro ao manifesto contra a homofobia. Destaque também para pessoas que não fazem parte do movimento organizado, entres blogueiros do universo gay a homossexuais solidários aos casos.

Presente no ato, o secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, reforçou que a secretaria é parceira, que estão de "portas abertas à comunidade LGBT" e que irão punir os homofóbicos. Paulo Mariante, do grupo Identidade de Campinas, lembrou aos presentes que há pouco tempo se reuniam no mesmo lugar parar protestar contra o mesmo fato, a homofobia.

"Temos que ter a capacidade de dar resposta eficiente a esse tipo de intolerância", refletiu Mariante. Segundo ele, "passou para ontem as nossas conquistas", salientando que elas dependem da atuação da comunidade gay como um todo. Mariante ainda parabenizou os presentes e disse que todos que estavam na manifestação são "militantes". Cezar Xavier, assessor de imprensa da Associação da Parada do Orgulho LGBT  de São Paulo (APOGLBT), também lamentou estarem no mesmo local protestando novamente contra crimes homofóbicos.

Xavier fez questão de deixar claro que a comunidade homossexual não irá abandonar o Centro de São Paulo, pois também se protesta contra uma bomba arremessada em cima de LGBTs que estavam na Vieira de Carvalho. "Aqui é um espaço de socialização, não vamos deixar fazer o que estão fazendo, vamos continuar lutando pelo nosso espaço", declarou o assessor da APOGLBT. Quem também marcou presença no ato foi o vereador Ítalo Cardoso (PT-SP), que atacou a grande imprensa ao dizer que as matérias sobre a Parada gay de São Paulo já estavam prontas antes do evento.

"Quem abriu os jornais na segunda-feira teve a impressão de que as manchetes estavam preparadas desde sexta-feira. Só estavam esperando o recheio". Para o vereador, basta "descuidarmos um pouco para que os ratos saiam e botem as asas de fora". Sobre os agressores, Ítalo disse que são "inferiores e nós não vamos abaixar a cabeça". 

Lurdinha Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), leu um manifesto assinado pelo grupo lésbico feminista onde elas declaram repúdio aos atos "abomináveis ocorridos na Parada". Para elas, a comunidade "não pode se calar". "Até quando seremos massacrados/as para satisfazer a sordidez?", perguntaram. No final do texto, a Liga Brasileira de Lésbicas exigiu o esclarecimento dos crimes e pediu a aprovação do Projeto de Lei 122/2006 – que criminaliza a homofobia no Brasil. Depois, Regina Facchinni leu outro manifesto, este assinado pelo movimento LGBT do Brasil inteiro, que você pode conferir aqui.

Após as falas e as leituras foi oferecido aos homofóbicos uma bomba de chocolate, pois, como foi dito pelo ativista do grupo Corsa, Julian Rodrigues, "nós oferecemos amor ao invés do ódio". Por isso, o doce a ser entregue. Em seguida, os presentes seguiram até a porta do prédio de onde foi lançada o rojão que feriu mais de 20 pessoas. Durante o trajeto, o ex-deputado Renato Simões (PT-SP), autor da lei anti-homofobia estadual, fez uma intervenção e pediu à comunidade gay que junte forças na luta contra a homofobia.

Na caminhada, os ativistas, com microfone em punho, avisavam aos moradores e transeuntes que lá estavam para protestar contra a homofobia e "contra a barbárie". Pediam tolerância as pessoas, e também que o congresso nacional se sensibilize e criminalize a homofobia. "Contra a homofobia, a luta é todo dia", gritavam os manifestantes. Não esqueceram também de protestar contra o fato de retirar a Parada Gay da Avenida Paulista, para isso, mandaram as autoridades tirarem o "cavalinho da chuva". "A Paulista é nossa", avisaram. 

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