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Em sua 17ª edição, Anima Mundi exibe diversos filmes gays

Acontece no próximo dia 10 de julho, no Rio de Janeiro, o maior festival de animação do país, o 17º Anima Mundi. Este ano, o festival dá espaço para a diversidade exibindo diversas animações com temática homossexual.

Neste Anima Mundi há pelo menos dez desenhos com referências (mais ou menos explícitas) à homossexualidade. Segundo Lea Zagury, uma das diretoras do festival, "há anos em que o Anima Mundi recebe levas boas de filmes gays, mas desta vez a seleção ligada ao tema veio mais elaborada".

A começar por um flautista com asas de borboleta que se apaixona por um herói de guerra no curta-metragem finlandês "Uralin Perhonen", de Katariina Lillqvist. Seguindo com "Samurai", de Mateus de Paula dos Santos, que serviu como vinheta para a mostra Mix Brasil. 

O curta norte-americano "Backwards", de Aaron Hughes, apresenta sua trama nada comportada de trás para frente: um rapaz fiel à crença do ‘crescei-vos e multiplicai-vos’ cai de desgosto ao saber que sua mulher é uma transexual, e acabou de ser operada. Na mesma linha de ironia, segue "Golden Age Archives: My-TBoy", de Aaron Augenblick, que conta a história de um garotinho ‘bombado’ que vira ícone de revistas masculinas e modelo de anúncios de telesessexo gay.

Para Lea, a presença da homossexualidade nos quadrinhos vem crescendo e isso acaba influenciando as animações. Prova disso é a famosa animação brasileira dos quadrinhos de "Rock & Hudson – Os caubóis Gays", dirigido por Otto Guerra.

"Na época, sofri mais preconceito pelo filme ser trash do que por falar de gays", lembra Otto. "Uma vez, no Festival de Gramado, um cara veio tirar satisfação comigo, falando grosso: ‘Isso é coisa do demônio. Você acha que tem o direito de filmar qualquer merda?’. Eu respondi: acho", lembra Otto à reportagem do jornal O Globo.

Segundo Moreno, um dos primeiros animadores a brincar com a questão da sexualidade ao criar o filme ‘Reflexos’ (1994), o que prejudica o cinema com temática homossexual no Brasil é o conservadorismo de quem os financia. "O problema do cinema de temática homossexual no Brasil é que quem financia a produção é muito travado, careta. Soube que há anos o Luiz Carlos Lacerda (diretor de "For All – O Trampolim da Vitória") tenta adaptar ‘O Bom Crioulo’ (romance de Adolfo Caminha) e não consegue nenhum edital por conta do tema. O tabu ainda existe", lamenta.

Em São Paulo, o festival chega a partir do dia 22 e vai até o dia 26 de julho. Para conferir a programação completa clique aqui.

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