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Empresário, produtor e DJ, Guga Rahner fala sobre Winter Party e Hell & Heaven

Guga Rahner é o que os especialistas em comportamento chamam de "jovem da geração Y". Empreendedor, antenado e ávido por novidades, não por acaso, aos 26 anos é um dos empresários de destaque do mercado gay e está à frente do Hell & Heaven, festival gay de música eletrônica que fará sua terceira edição – e primeira de inverno – no Hotel do Frade em Angra dos Reis em maio. Em novembro, ocorre a já tradicional edição na Costa do Sauípe.

Além de produtor do festival, Rahner é festeiro nato e gosta de música eletrônica deste cedo. Essa ligação com a música o levou a estudar as técnicas de mixagem. Agora, ele desponta como DJ, tocando no Hell & Heaven e também no Winter Party Festival, um dos mais importantes festivais gays de música do mundo e que terá também uma pool party do H&H, na sexta-feira (4/03), em Miami.

Na entrevista a seguir, ele conta um pouco sobre sua carreira como produtor, a entrada no mundo dos DJs e avisa: "Nessa despretensão pretensiosa vou alcançar meu objetivo de médio prazo como DJ."

Você é produtor do Hell & Heaven e tem outros trabalhos no mercado gay. O que te fez partir para o campo musical e começar a tocar?
Eu sempre fui muito ligado à música eletrônica desde muito pequeno – aos 13 anos já me amarrava nas matinês de eletrônico e ODIAVA quando começava o axé (risos). Uns seis anos atrás eu fiz umas aulas com uma pessoa que eu considero um dos melhores DJs da cena, muito fiel ao seu estilo – o Kiron, mas acabou não indo pra frente por falta de agenda. Dois anos atrás fiz meu curso na Dub Music, mas mesmo depois de ter concluído não quis tocar pois estava começando a produzir o Hell & Heaven e não queria conflitos de interesse. A carreira de produtor era muito mais importante  – e ainda é. Com o passar do tempo fui consolidando o H&H e a minha posição no mercado, sentindo qual era o momento certo para subir no palco e mostrar a minha música. Eu sinto um negócio dentro de mim que preciso colocar pra fora e acho que chegou o momento.

Onde foi sua primeira apresentação como DJ?
Foi no meu aniversário no ano passado no Café com Vodka (festa dominical que acontecia em São Paulo no Sonique Bar). Conversei com o nosso parceiro Duda Hering e ele topou na hora a ideia. Foi muito bacana. Début perfeito, pois eu adoro o Sonique e o Café. Depois disso ainda toquei na DUO, dos meus amados Dudi Cotrim, Silvinho Maranhão e Dani Vieira, e no aniversário da Josefine, em Belo Horizonte. Todas experiências maravilhosas!

Você estará no Winter Party em Miami, lugar que muitos DJs sonham. Como se sente?
Me sinto ótimo! Eu sou muito apegado à Winter Party desde 2007 quando fui cobrir o festival como jornalista. Como fui convidado pelo Bureau de Miami tive contato direto com os produtores, o que anos mais tarde veio a trazer a parceria que existe entre Winter Party e Hell & Heaven. Então é um namoro de longa data, tenho amigos muito queridos no festival, então vai ser um prazer em dobro ter uma festa do Hell & Heaven e ainda poder dar um toque próprio com a minha música.

Qual foi o caminho para chegar a um dos palcos mais desejados?
Tudo é uma questão de relacionamento e nesse ponto sempre tive muita felicidade. Você ser transparente e de boa índole acaba transmitindo confiança para as pessoas. Quando não se tem pressa, sem querer atropelar outras pessoas ou pegar atalhos, as oportunidades aparecem e você alcança níveis interessantes, acaba ganhando seu reconhecimento.

Você também está no line up do Hell & Heaven Angra, que acontece em maio. Como dividir-se entre produtor e DJ do mesmo evento?
Os dois trabalhos acabam interagindo muito. Como sou o responsável pelo artístico do festival faço muita pesquisa por novos nomes, produtores que estão se destacando mundo afora. Logo uma coisa leva a outra. Mas indiscutivelmente meu trabalho como produtor de eventos e Gerente Geral da H&H Entretenimento ocupa muito mais meu tempo.

Qual linha musical você segue? Quais são suas inspirações?
Minha linha musical é um pouco diferente, pois não toco tribal e nem curto a interação da música pop com a música eletrônica. Me adapto muito ao público, mas basicamente me divido entre faces do house: tech, club, funky e progressivo. Minha inspiração é muito europeia, músicas com melodias e harmonias mais elaboradas, com muitos instrumentos, como piano, violino, sax etc. E gosto disso, pois jamais vou tocar o que não quero. As pessoas podem torcer o nariz, mas não vou "apelar". Por isso tomo um cuidado muito grande onde vou tocar.

Mais alguma data prevista além do Winter Party e Hell & Heaven Angra?
Não tenho datas previstas, vou deixar o negócio rolar com calma. Não sobrevivo da carreira de DJ, então não quero me sentir obrigado a encher minha agenda. Quero tocar pouco, mas tocar em lugares que sei que vou me sentir a vontade, trabalhando com pessoas que confio e que acreditam em mim. Acho que nessa despretensão pretensiosa vou alcançar meu objetivo de médio prazo como DJ.

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