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ER

A série ER, televisionada pela Globo com o nome Plantão Médico, chegou ao fim essa semana nos Estados Unidos. Durante 15 anos, ER mostrou a rotina de um pronto socorro em Chicago e apresentou diversas personagens lésbicas, médicas e pacientes, que com maior ou menor visibilidade foram tratadas com ares de normalidade.

É claro que alguns assuntos não foram tratados com o devido cuidado ou não apresentaram a visibilidade desejada por nós. Mas as personagens eram notáveis, como Maggie Doyle, interpretada por Jorja Fox, médica competente, feminista, bem humorada e lésbica convicta. Poucas vezes se colocou em pauta a sexualidade de Maggie Doyle. O espectador pode notar pela primeira vez que ela era lésbica, quando Carter (Noan Wyle) a chama para sair e ela o leva para praticar tiro. Na ocasião ela confessa estar espiando a ex-namorada com quem tinha terminado 3 meses antes.

Depois disso poucas vezes se mencionou a sexualidade de Maggie, entretanto isso fez com que ela se tornasse uma das personagens lésbicas menos estereotipadas da televisão: Uma mulher que não estava interessada em dormir com homens, que ajudou outra mulher a escapar do marido agressor, resistiu e enfrentou o chefe que a assediou e encorajou outra médica a fazer o mesmo, recomendou à colega HIV positivo a abrir processo quando foi discriminada. Por esses e outros motivos, Maggie Doyle foi o pesadelo dos sexistas.

Kerry Weaver (Laura Innes) foi a personagem lésbica que durou mais tempo na televisão. Ela saiu do armário quando a belíssima Kim (Elizabeth Mitchell, a Juliete de Lost) começou a flertar com ela, e então teve todo o processo de se assumir para a família e colegas de trabalho. Com o desenrolar da série, apaixonou-se pela bombeira Sandy (Lisa Vidal) com quem teve um filho e, depois da morte heróica de Sandy, Weaver lutou pela custódia da criança. Finalmente, encontrou um novo amor que facilitou a sua saída do hospital e da série. Embora a história da maternidade lésbica tenha sido um pouco estereotipada, a série ER permitiu que Weaver namorasse mulheres e expressasse abertamente a sua afeição por elas.

Finalmente, na última temporada, ER tratou um casal de lésbicas como qualquer outro. Quando Ellen (Helen Eigenberg) chegou ao pronto socorro, depois de ter passado mal no shopping esperando com o seu bebê para ver o Papai Noel, murmurou: “Minha esposa…” A resposta foi imediata: “Nós ligaremos para ela.” Sem hesitação ou olhares reprovadores entre os médicos.

Logo que chegou ao hospital, a esposa Nicole (Robin Weigert) foi levada diretamente para o leito de Ellen, sem perguntas se ela tinha o direito ou não de estar lá. De quebra, o relacionamento das mulheres ajudou a médica Banfield (Angela Bassett), que estava deprimida com a morte do filho, a dar a volta por cima e recomeçar a vida familiar com o marido. Ora, não clamam por ai que casamento homossexual destrói a família? Nesse caso ajudou a reconstruir.

E você? O que achou das personagens lésbicas de ER?

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