O caso do jovem Kaique Augusto Batista dos Santos, de 16 anos, encontrado morto sob o Viaduto Nove de Julho, em São Paulo, ainda gera dúvidas sobre a investigação.
Mesmo com a mãe da vítima, Isabel Cristina Batista, declarando que acredita na versão apontada pela Polícia Civil como suicídio, diversas pessoas ainda contestam a morte do jovem.
Nesta semana, em entrevista ao jornal Brasil de Fato, Lia Mara de Moraes, que se diz mãe de criação de Kaique, afirmou que as mensagens de "despedida" escritas no diário do garoto eram antigas.
"Dizem que foi dito [algo] num caderninho dele [que explicaria um suicídio]. [Mas isso foi] há vários anos, quando os irmãos dele tinham 12 e 10 anos. Hoje os irmãos têm 15 e 12", declarou.
Lia disse ainda que o adolescente tinha muita vontade de viver. "Eu tenho mensagens que ele mandou para mim, mais recentes do que isso [as divulgadas], dizendo que ele amava a vida. Ele estava feliz, ele queria ir para o The Voice Brasil de qualquer jeito. Era o sonho da vida dele. Ele ia fazer faculdade de música agora. Um menino muito cheio de planos para acabar com a vida assim do nada", comentou.
Para a mãe de criação, apontar como suicídio a morte de Kaique é uma solução mais fácil para as autoridades. "Um rapaz, gay, negro, no centro de São Paulo, depois de sair de uma balada gay, bêbado, aparece debaixo de um viaduto. O que é mais fácil concluir? É uma conclusão lógica e completamente sem culpa de não ir procurar saber. Acredito que as investigações tenham seguido pelo caminho do suicídio e não do homicídio", declarou.
Em pronunciamento realizado nesta sexta-feira (23), o coordenador de política LGBT da Secretaria de Direitos Humanos, Gustavo Bernades, afirmou que o só será possível dizer o que realmente aconteceu com Kaique depois do laudo da perícia, que deve sair em 30 dias.