Escala Kinsey: o nome pode parecer estranho – ou não – tendo em vista que em 2004 foi lançado um filme sobre Alfred Kinsey (1894-1956), entomologista e zoólogo norte-americano que até hoje é uma das maiores referências quando o assunto é sexualidade. O filme “Kinsey – Vamos falar sobre sexo” narrou a história de vida deste estudioso, que procurou desvendar os meandros das diversas orientações sexuais.
Isso mesmo, para Kinsey, os seres humanos não poderiam ser divididos somente em homossexuais, heterossexuais e bissexuais, mas sim existiria uma escala que iria do número 0 ao 6, na qual o número zero representaria ser exclusivamente heterossexual e o 6 um indivíduo exclusivamente homossexual. Entre a primeira e a última escala haveria gradações de sexualidade que um indivíduo poderia assumir ao longo de sua vida.
A parte que considerei interessante e me faz parar para refletir ao trombar recentemente com uma tese, apresentada em minha faculdade, foram os dados sobre a sexualidade das mulheres. Segundo Kinsey, 7% das mulheres solteiras, com idade entre 20 e 35 anos, e 4% de mulheres que já se casaram, com idade entre 20 e 35 anos, puderam ser classificadas no nível 3 (igualmente heterossexual e homossexual) num período de suas vidas. Entre 2% a 6% das mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, puderam ser classificadas no nível 5 (predominantemente homossexual e eventualmente heterossexual), e entre 1% a 3% das mulheres solteiras com idade entre 20 e 35 puderam ser classificadas no nível 6 (exclusivamente homossexual).
A pergunta que ficou em minha cabeça é: será que ainda hoje com o feminismo consolidado em nossa sociedade, filmes e séries sobre a temática, maior visibilidade lésbica que inclui grandes acontecimentos como a parada gay e a Semana da Visibilidade Lésbica, os resultados concluídos seriam parecidos a estes obtidos em 1950?
* Liliane Rocha é editora do site Diversidade Global – www.diversidadeglobal.com.
Abaixo, a famosa Escala Kinsey: