Em um escândalo que está abalando a reputação da McDonald’s no Reino Unido e na Irlanda, mais de 700 jovens funcionários tomaram a iniciativa de processar a gigante do fast food por alegações de assédio generalizado. Os funcionários, muitos dos quais são menores de idade, acusam gerentes de mais de 450 filiais de discriminação, homofobia, racismo, ableísmo e assédio sexual.
Entre os relatos, uma ex-funcionária chamada Claire, que tinha apenas 17 anos na época, revelou que um gerente de 30 anos a abordou pedindo sexo em troca de turnos extras. Outro trabalhador, Matt, de 19 anos, denunciou que os gerentes frequentemente tocavam os funcionários de maneira inapropriada, criando um ambiente de trabalho aterrorizante onde muitos se sentiam inseguros.
Um terceiro jovem, também de 19 anos, compartilhou sua experiência de ter enfrentado comentários homofóbicos de colegas e gerentes, incluindo ofensas como ‘faggot’. Ele expressou sua incapacidade de relatar essas agressões, pois seu gerente sugeriu que ele deixasse o emprego se não conseguisse lidar com isso.
O CEO da McDonald’s no Reino Unido, Alistair Macrow, admitiu que não pode garantir que as alegações de assédio cessem, um fato alarmante considerando que apenas 29 funcionários foram demitidos em um ano por acusações de assédio sexual. Essa situação levanta questões sérias sobre a cultura no ambiente de trabalho da empresa, que tem uma força de trabalho média de 20 anos e opera com 89% de seus funcionários em contratos de zero horas.
O escritório de advocacia Leigh Day, que representa os jovens trabalhadores, acredita que todos os funcionários sub-20 que se sentirem expostos a um clima de conduta inadequada podem participar da ação legal, mesmo que não tenham sido diretamente assediados. Os advogados estão incentivando os funcionários atuais a se unirem à causa, buscando justiça e mudanças efetivas nas práticas da empresa.
Paul Nowak, secretário-geral do Congresso de Sindicatos, afirmou que a investigação revelou como o assédio sexual e a insegurança no trabalho estão interligados, exigindo uma resposta imediata da liderança da McDonald’s. A empresa, por sua vez, declarou que tem implementado programas para melhorar a segurança no local de trabalho e está comprometida em investigar e agir rapidamente em relação a qualquer má conduta.
O escândalo não apenas destaca a necessidade urgente de reformas nas práticas de contratação e gestão, mas também serve como um chamado à ação para garantir que ambientes de trabalho seguros e respeitosos sejam garantidos, especialmente para os jovens, que frequentemente são mais vulneráveis a abusos e assédios. O compromisso da McDonald’s em melhorar sua cultura corporativa será crucial para restaurar a confiança de seus funcionários e clientes.
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