Apesar de lei do Reino Unido, aprovada em 2007, afirmar que as escolas têm o dever de incluir discussões sobre homossexualidade como parte do programa educacional, duas escolas primárias britânicas se viram forçadas a retirar de suas grades curricular contos infantis de temática homoerótica.
Segundo nota da agência Efe, o jornal britânico "Daily Mail" publicou hoje (02/04) que cerca de noventa pais foram aos colégios Easton Primary School e Bannerman Road Community Road, ambos localizados na cidade de Bristol, para expressarem seu incômodo com dois contos.
Em uma das histórias, chamada "King & King", um príncipe rejeita três princesas para se casar com um dos irmãos delas. Já em "And Tango Makes Three", dois pingüins machos se apaixonam em um zoológico de Nova York.
A intenção das escolas era que as histórias fossem lidas para estudantes a partir dos cinco anos de idade. A prefeitura de Bristol afirmou que os, nos quais 70% das crianças são de famílias muçulmanas, usavam os textos para cumprir as leis sobre proteção dos direitos gays.
Membros da Sociedade Cultural Muçulmana da cidade se mostraram ofendidos pela falta de consulta sobre o uso destes textos. "O principal argumento é de que houve uma total falta de consulta com os pais. As escolas não quiseram falar com os responsáveis pelas crianças e foram totalmente autoritários", declarou Farooq Siddique, porta-voz de desenvolvimento desta sociedade.
"O objetivo era diminuir o preconceito aos gays. Os pais justificaram que não eram contra isto, mas diziam: ‘Meu filho vem pra casa e fala de relações entre um mesmo sexo quando nós ainda não falamos nem de relações heterossexuais com ele’", afirmou Farooq.
Segundo ele "o islã não aceita as relações gays, assim como o cristianismo e outras religiões, mas o principal assunto é que eles não se incomodaram em falar com os pais".