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Espetáculo mescla Oscar Wilde com o Maníaco do Trianon para discutir a homofobia

Homofobia e a discriminação sexual são as bases para o espetáculo teatral "Amor Que (Não) Ousa Dizer Seu Nome", que estreia em São Paulo em 2 de abril. O projeto mescla dois assuntos aparentemente desconexos: a prisão do escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900), no final do século XIX, e o famoso Maníaco do Trianon, que na década de 80 foi acusado de matar 13 gays no conhecido parque paulistano.

Wilde foi preso por "cometer atos imorais com rapazes" – o mais famoso deles, o jovem Alfred Bosie Douglas. O Maníaco do Trianon, por sua vez, foi condenado por apenas três dos treze assassinatos que teria cometido.

No espetáculo, tais julgamentos vêm à tona através de dois homens que pesquisam a homofobia, debruçando-se sobre os dois casos. "Ambos são muito envolventes. Um traz, junto à questão social da intolerância, abordagens cheias de poesia do grande criador de imagens Oscar Wilde", diz Marcelo Braga, autor da dramaturgia da peça, e que também atua na montagem.

"O outro carrega o peso dos assassinatos e dos relatos do assassino e de testemunhas do processo", continua Marcelo. "A constatação de que as coisas não mudaram muito ao longo desses 100 anos é o que vamos testemunhar no palco".

A montagem tem um caráter quase jornalístico e documental, ao fazer uso de imagens e vídeos que serão projetados, misturando-se às cenas, procurando denunciar o tratamento que a mídia dispensa aos casos de violência contra gays. "Queremos também provocar o espectador e fazê-lo refletir. Por que a sexualidade do outro interessa tanto?", questiona Milton Morales Filho, diretor da peça, que ressalta: "Mesmo que a montagem busque a possibilidade de traçar um panorama histórico acerca da questão, não há ilusões em acreditar que um espetáculo daria conta de abarcar todo o tema".

Serviço:
Amor Que (Não) Ousa Dizer Seu Nome
Concepção e Dramaturgia Marcelo Braga
Direção Milton Morales Filho
Com Alexandre Cruz e Marcelo Braga
De 02/04 a 28/05
Estação Caneca – R. Frei Caneca, 384 – SP
Sábados – 21h / Domingos – 20h
60 minutos
R$ 20 ou R$ 10

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