Nesta sexta-feira (18), dia da estréia do enésimo Batman, preciso comentar sobre a influência que os filmes do homem-morcego exercem e exerceram na minha vida. Na minha vida lésbica, por assim dizer. Nem é pelo fato de a Cat Woman ter ressurgido nos quadrinhos quarentona, gostosona e sapatona. Não. A coisa é mais psico, mais sócio, mais antropológica.
Quando finalmente me toquei que gostava de meninas, eu me senti como aquele inimigo do Batman, o Pingüim. Rejeitado pelos pais, atirado à valeta por comer gatinhos na infância. Bem, vamos às necessárias concordâncias de gênero e adaptações de roteiro: rejeitada pelos pais, atirada à valeta das noitadas regadas a muito álcool, por comer gatinhas na adolescência.
Eu acho até, e aqui vale uma crítica, que vivemos todos naquela Gothan City, cheia de políticos corruptos e empresários gananciosos e imbecis, que de tão imbecis não souberam perceber o valor das curvas da Michelle Pffeifer em “Batman – O Retorno”.
Eu queria criticar e detonar mais os nossos políticos da vida real, que subestimam nossas competentes e sempre belas mulheres. Queria dizer que eu morro de ódio do petista asqueroso que destruiu a imagem da Yeda Crusius, possível candidata à presidência – com certeza pelo fato de ser ela uma mulher.
Mas hoje é a estréia do Batman.
Ocorre que eu não sou boiola para falar de macho. A Mulher Gato sim, é o cerne da questão.
Quero dizer que eu a-do-ro a Mulher Gato no “Batman – O Retorno”. Aquela crise pós-traumática da Michelle Pffeifer, quebrando tudo em casa e costurando a roupitcha bacana de heroína. Na verdade, eu adoro essas histerias, esses acessos de loucura, essas TPMs de mulher. Eu penso ser a Tensão Pré Menstrual de mulher, a própria manifestação do Divino. Da deusa da Wicca.
Ah, a Michelle Pffeifer de Mulher Gato… A Michelle Pffeifer de Mulher Gato e seu sensual “miau”. É tudo o que eu me lembro quando comentam sobre a estréia de mais um Batman.
Olha, é claro que nós aceitamos toda forma de amor, né meninas? Mas alguém me explica como o Batman consegue ser TÃO GAY nessa situação? Como diria meu vizinho heterozão: “Ah, se eu fosse homem…”