A juíza Carina Labres causou polêmica no Rio Grande do Sul depois que incluiu casais formados por pessoas do mesmo sexo em um casamento comunitário em Santana de Livramento, do CTG, Centro de Tradições Gaúchas, que preserva a figura mítica e máscula do gaúcho.
De acordo com ela, apesar de tudo estar dentro da lei, o único Centro que aceitou incluir as uniões gays foi a Sentinela do Planalto.
Os demais CTG rejeitaram a presença de casais homossexuais e o presidente da Associação Tradicionalista de Santana do Livramento e conselheiro do MTG, Rui Rodrigues afirmou que a ideia é preservar a família formada por homem e mulher e que os gays procurem outro lugar para se casar.
"Casamento de héteros, de associados ao MTG, de tradicionalistas, sim, concordamos. Mas esse casamento (gay) é fora da nossa realidade", alegou.
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O presidente da MTG, Manoelito Savaris, chegou a escrever em comunicado oficial que a tradição pede que as pessoas respeitem o seu gênero. "Oriento a que todos tradicionalistas, que no interior dos galpões e nos ambientes em que se realizam as atividades tradicionalistas, cada um procure se portar segundo o seu gênero, ou seja, homens tenham posturas masculinas e as mulheres, posturas femininas, tudo segundo a tradição".
A juíza rebate e alega que está baseada na resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça e que o conceito de família mudou. "Estamos fazendo nada mais nada menos do que cumprir a lei (…) O conceito (de família) assumiu uma versão plural. A lei entende que, se tem afeto legítimo, é família. Casais do mesmo sexo são considerados como família".
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O presidente da Sentinela do Planalto, Gilbert Gisler, alegou que incluir casais gays também está de acordo com o artigo 9 da Carta da Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que é lutar pelos direitos humanos de liberdade, igualdade e humanidade.
Até o momento, ao menos 2 dos 22 casais inscritos são homossexuais. Os nomes estão preservados para que não haja retaliação.