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Estilistas e jornalistas brasileiros comentam morte de Alexander McQueen

A moda está de luto. A morte do estilista Alexander McQueen, na manhã desta quinta-feira, aos 40 anos, repercutiu entre estilistas e jornalistas brasileiros.

"Alexander McQueen era um dos [nomes] que eu considero grande talento de uma nova geração de estilistas", opina o carioca Carlos Tufvesson. "Não trabalhava apenas na imagem, como é comum hoje no circo da moda, que anseia por espetáculo e não por estudos de vestibilidade", continua.

Para Tufvesson, McQueen, que tinha entre seus clientes o príncipe Charles e o ex-estadista russo Mikhail Gorbachev, destacava-se por sua forte base técnica. "Por mais que seus desfiles fossem sensacionais, [Alexander McQueen] era conhecedor das técnicas de alfaiataria", observa.

O jornalista Sergio Amaral, do site FFW, elogia a capacidade que McQueen tinha de se reinventar a cada coleção. "Para quem gosta de moda e de imagens fortes, McQueen é ‘o’ nome", diz. "Ele era genial na forma como ultrapassava barreiras e quebrava convenções", acrescenta Amaral.

Momentos gloriosos

Sergio Amaral destaca alguns momentos inesquecíveis da carreira do estilista, como quando ele apresentou na passarela uma modelo sem pernas – na verdade uma deficiente física que usava uma prótese transparente -, em 1999. "McQueen era sempre surpreendente e chocante, com roupas mega bem executadas e de vanguarda, tanto nas formas e materiais quanto nas estampas", opina o jornalista.

No mundo pop, defende Amaral, Alexander McQueen também fez história. "É ele o responsável pela antológica capa do disco ‘Homogenic’, da Björk, além de ser dele o vestido espelhado e o sapato absurdo que a Lady Gaga aparece usando no final do clipe de ‘Bad Romance’",  relembra.

Opinião de estilistas e jornalistas sobre Alexander McQueen

"É uma grande perda para a moda mundial" (Carlos Tufvesson, estilista)

"McQueen entra para a triste lista dos artistas suicidas, que por sempre viver à frente de seu tempo não conseguem administrar o hoje. De família simples e ainda jovem, conseguiu deixar sua marca na moda com imagens fortíssimas e deve ser estudado não apenas como estilista, mas como uma personalidade pulsante que venceu obstáculos e venceu pelo trabalho e por sua criatividade." (Andre do Val, jornalista)

"Alexander McQueen me influenciou no início dos anos 2000, com a sua mente rápida e com seu processo de criação provocador e atemporal. Perder MacQueen é perder um dos ponteiros do Big Ben, uma luneta da moda e um visionário comportamental." (Eduardo Laurino, designer de joias e host do clube paulistano Hot Hot).

"Os desfiles, mesmo depois de ver e rever várias vezes, ainda emocionam." (Sergio Amaral, jornalista do site FFW)

"Num momento em que a moda vive seu momento mais agudo de globalização, onde as roupas são replicadas a exaustão na mesma cor, no mesmo formato, com o mesmo ombro, seja aqui ou em qualquer lugar do mundo, por causa do fenômeno do fast food, perder um talento como de Alexander McQueen é perder um foco de resistência do processo criativo contemporâneo. Quem sai perdendo somos nós, enforcados num mundo de imagens vazias e repetitivas."  (Ricardo Oliveros, jornalista)

Na TV

Em homenagem a Alexander McQueen, o canal pago GNT reapresenta hoje, na faixa "GNT.doc", o documentário "Alexander McQueen: Moda e Atitude", às 21h. Na sequência, às 21h30, vai ao ar "A Garota Mais Linda do Mundo". O documentário "Notting Hill: O Carnaval Inglês", que iria estrear hoje no canal, passa para amanhã, às 21h.

No YouTube

A pedido do site A Capa, Sergio Amaral fez uma lista de desfiles inesquecíveis de Alexander McQueen. Confira:

Neste desfile de McQueen, um vestido branco era tingido de
verde limão e preto em plena passarela por um enorme braço mecânico.

Neste outro, McQueen projetou um holograma de Kate Moss.

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