Entrevistado ontem pelo programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o autor Aguinaldo Silva falou sobre a novela “Fina Estampa”, da TV Globo, que está em sua reta final.
Como era de se esperar, parece que todo o mistério em volta do namorado de Crô continuará sem uma resposta. Aguinaldo Silva quer fazer do segredo uma nova “caixa da Perpétua”, personagem de Joana Fomm em “Tieta”, folhetim que o autor diz ter sido o que mais mais gostou de escrever.
“Foi a primeira [novela] escrita depois do fim da censura, então me permiti algumas coisas. Houve o mistério da caixa da Perpétua (Joana Fomm), e no final não revelei o que tinha lá dentro. Estou pensando em não revelar quem é o namorado do Crô. É a caixa da Perpétua de Fina estampa", declarou.
Quanto a Tereza Cristina, o autor revela que a vilã não irá morrer nem ficar presa. No entanto, não sabe se “ela vai se dar bem” no final da trama.
Questionado sobre o tão esperado beijo gay na televisão brasileira, Aguinaldo manteve mais uma vez sua postura crítica ao dizer que beijo gay só em sua casa.
“Todas as pesquisas indicam que as pessoas não querem ver o beijo gay. Se depender de mim, beijo gay só na minha casa. Não é todo mundo que vai aceitar ideias libertárias na novela. Você escreve para pessoas do Oiapoque ao Chuí. Nem todo mundo pensa como pensam as pessoas de Ipanema. Você tem que falar para o [telespectador] médio”, afirmou.
Por fim, o autor não poupou a modéstia. “Dificilmente surgirão novos bons novelistas. Não escrevo ao acaso, sei o que tem que acontecer. Meu trabalho é quase científico. Nunca me deixo levar pela novela”, disse.
“Fina Estampa” acaba ainda este mês e dará lugar à próxima trama das 21h, “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro, com estreia prevista para o dia 26 de março.
Confira abaixo a entrevista de Aguinaldo Silva ao "Roda Viva" na íntegra.