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Estrela do Show do Gongo, Marisa Orth defende união gay e diz que não posaria nua novamente

Quando pisar no palco do Memorial da América Latina, na próxima terça-feira (17), para apresentar o Show do Gongo, do Festival Mix Brasil, Marisa Orth promete, mais uma vez, arrancar risadas do público com seu ar debochado e tiradas impagáveis.

No show, Marisa reina absoluta. Na plateia, centenas de fãs a aplaudem e a acompanham numa espécie de catarse coletiva. Os gays a consideram sua defensora e, em algumas situações, sua porta-voz. Mas essa identificação, como admite a atriz nesta entrevista, nem mesmo ela sabe de onde vem.

"Talvez do jeito sincero, sexy e explícito que muitos dos meus personagens tinham", diz Marisa. E deve ser isso mesmo. Quem a acompanha desde a década de 80, quando a atriz integrou o elenco do humorístico "TV Pirata" e mais tarde quando viveu Nicinha na novela "Rainha da Sucata", conhece seu talento para interpretar os mais variados papéis cômicos.

Mas a carreira de Marisa Orth não foi marcada apenas por suas experiências como atriz. Ainda na década de 80, Marisa integrou a banda Luni ao lado de Fernando Figueiredo, Natália Barros e Théo Werneck. Depois, estourou na banda Vexame, com a qual elevou a música brega à categoria de "cult".

Atualmente, Marisa Orth percorre o Brasil com seu show "Romance Vol. II", que este ano virou um CD. Com um repertório que vai de Tim Maia e Erasmo Carlos a Rita Lee e Secos & Molhados, Marisa conquista o público com seu vozeirão grave e afinado.

A seguir, Marisa opina sobre questões controversas, como drogas e união gay, diz não se incomodar com a pirataria, que segundo ela ajuda na divulgação de qualquer artista, e termina revelando sua fórmula para o bom humor.

Você lançou "Romance, Vol. 2". Como escolheu o repertório desse novo trabalho?
São músicas que eu venho coletando há alguns anos, que foram sendo ordenadas para o show e, com isso, algumas caíram e outras foram pesquisadas. Recebi também preciosas sugestões da diretora, Natália Barros.

Depois de tanto tempo longe da banda Vexame, já estava com saudade de cantar?
É exatamente isso. Sempre tive um trabalho musical paralelo à minha carreira de atriz, então o "Romance" nasceu dessa necessidade.

É possível que algumas das músicas de seu CD já estejam circulando pela internet. O que você pensa da pirataria? Acha que existem formas de controlá-la?
Ainda estou em um nível de ingenuidade que acho lindo que alguém queira piratear uma música minha. Acho que se isso aconteceu é porque os discos são caros e porque os músicos nunca ganharam mesmo muito com a venda de CDs. Sendo assim, acho uma excelente forma de divulgação.

Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma declaração sobre a descriminalização da maconha. O ministro Carlos Minc também. Você é a favor ou contra a descriminalização das drogas?
Acho este debate bastante complexo. Só não dá é pra continuar vivendo neste regime de ilegalidade com a conivência de altos escalões, gerando violência e crime desenfreado.

Este ano, você apresenta mais uma vez o Show do Gongo. Como é ser estrela do show?
Ser estrela desse show é ser um pouco capataz também. Não é lá tão glamuroso. Tá mais pra estiva. Me sinto com o sangue mais fino depois de subir no palco.

No Show do Gongo, a plateia é impiedosa. Já teve medo de não conseguir domá-la?
Tenho sempre, mas eles são impiedosos da boca pra fora, tá todo mundo a fim de ter uma boa noite de risadas…

O que você acha da produção televisiva atual? Você acha que está faltando criatividade?
Acredito que o Toma Lá Dá Cá [onde Marisa interpreta a corretora de imóveis Rita], dentro do velho formato "família engraçada", é dos mais criativos. Acho que é característica da TV não ser o veículo mais criativo…

O público gay se identifica muito com você. De onde você acha que vem essa identificação?
Agradeço muito a essa identificação, mas, sinceramente, não sei muito de onde vem. Talvez do jeito sincero, sexy e explícito que muitos dos meus personagens tinham.

Outro assunto que vira e mexe se discute no país é a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Qual é a sua opinião sobre o tema?
Acho que pares estáveis que queiram firmar essa união perante a lei devem ser tratados com igualdade, não importando o sexo.

A Fernanda Young disse que mulheres interessantes – e não somente as bonitas – também deveriam posar para a Playboy. Você já posou para a revista, posaria de novo?
Concordo com a Fernanda. Adorei saber que ela fez fotos para a revista, mas quanto a posar de novo… Ah, acho que não precisa.

O que acha do humor feito hoje em dia, em programas como "Pânico na TV" e "CQC"?
Uma tentativa, às vezes muito boa, de fazer humor diferente na TV. Acho que são dois programas diferentes, sendo que acho o Pânico mais machista e violento.

Qual é o segredo do (bom) humor?
Queria saber, pois tenho muitas crises de mau humor. Acho que deve ser não se levar muito a sério.

Serviço:
Show do Gongo
Terça, dia 17/11, às 22h
Memorial da América Latina
Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 644
Barra Funda – Entrada: Portão 13
(11) 3823-4600
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e
R$ 15,00 (meia)

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