A ONG Estruturação – Grupo de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transeaxuais e Transgêneros (LGBT) -, de Brasília solicitou, hoje, à direção do “Programa Big Brother Brasil” que o apresentador da atração, Pedro Bial, repreenda o participante Felipe Cobra por ele ter dito que pode agredir homossexuais. Além do pedido formal à Rede Globo de Televisão, a entidade entrará com uma ação ordinária de reparação na justiça contra o participante exigindo que ele responda legalmente por ter incentivado a violência em rede nacional. Para a entidade, ele não pode alegar ter falado em conversa privada já que todos do programa sabem que não há privacidade na atração. “Tudo é gravado no Big Brother Brasil e eles têm de ficar com o microfone ligado 24 horas ao dia. Ele sabia que suas idéias discriminatórias iriam ser transmitidas”, explica Welton Trindade, presidente da organização. Conforme noticiou o site A Capa, o diálogo em que Cobra disse que “dá porrada” em gays foi ao ar na Rede Globo na madrugada da sexta 12/. Em duas declarações, Cobra revelou que, para ele, violentar homossexuais é algo aceitável: “Não tenho nada contra, tenho um monte de amigos viado, respeito… Respeito na moral. Cada um com suas opiniões, cada com suas vontade. Agora, você lá e eu aqui, irmão. Agora não vem entrar no meu espaço não. Não vem entrar no banheiro e querendo colocar a mão, que vai levar bolacha”. “Para sentar e trocar uma idéia até rola, eu até tenho um amigo que é viado…”, finalizou. A entidade acompanhou os programas da sexta, 12/1, sábado, 13/1, e do domingo, 14/1, esperando uma repreenda do participante por parte da atração, mas nada foi dito. “Não se pode aceitar declarações discriminatórias e incentivadoras de violência como essas. Quem cala frente ao preconceito é cúmplice dele. Solicitamos agora que o programa expresse que não coaduna com esse tipo de ideário e que não aceitará mais esse comportamento”, afirmou Trindade. A respeito do fato de Cobra ter dito possuir amigos gays, mas que pode violentar homossexuais, para Trindade, não deve ser considerado algo que diminua a atitude discriminatória do participante. “Esse pensamento é hipocrisia. A alegação de que ele, por ter amigos gays, não ser preconceituoso é tão válida quanto alguém dizer que tem amigo negro, mas outros afrodescendentes têm de subir de elevador de serviço, ou que namora uma nordestina, mas que pessoas do Nordeste não deveriam migrar para o sul do país, por exemplo. Enfim, quem tem esse tipo de comportamento discrimina sim.”