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Estudante da Uerj desaparecido foi executado e o motivo LGBTFOBIA

O estudante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Matheus Passarelli Simões Vieira, de 21 anos, desaparecido desde o dia 29 de abril, foi assassinado numa favela da zona norte do Rio de Janeiro, confirmou a Polícia Civil nesta segunda-feira, 7. O corpo dele teria sido queimado por traficantes de drogas. O rapaz havia saído sozinho de uma festa no bairro do Encantado, na zona norte, e não deu mais notícias. Segundo Gabriel Passarelli Simões Vieira, irmão de Matheus, o rapaz foi procurado essa semana por amigos, que espalharam cartazes na região do desaparecimento e criaram uma campanha nas redes sociais em busca de informações, com a hashtag #CadeMatheusPassarelli. Ele era aluno de Artes Visuais da Uerj e também estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Identificava-se tanto com o gênero masculino quanto com o feminino, e era ora chamado de Matheus, ora de Matheusa. Existe a suspeita de que o crime foi motivado por LGBTfobia. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros, que investiga o caso, informou que Matheus foi assassinado na própria madrugada do dia 29, ao sair de uma festa no Morro do 18. O autor do crime ainda não foi identificado, tampouco a motivação ainda segundo a polícia. O corpo foi localizado. Mas a polícia não informou se estava carbonizado. “Não há outras informações passíveis de divulgação sem que as diligências sejam prejudicadas”, divulgou. A família é de Rio Bonito, no interior do Rio. Matheus e Gabriel se mudaram para a capital para estudar. Gabriel cursa Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Pró-Reitoria de Políticas Estudantis da UFRJ havia manifestado sua atenção ao caso na semana passada, afirmando, numa nota oficial, que “por sua identidade LGBTQ, população comumente exposta a violências, o desaparecimento de Matheusa, como também é conhecida(o), inspira-nos reforçada preocupação.” O irmão escreveu um texto emocionado no Facebook, publicado no domingo, 6, em que diz que Matheus foi a pessoa que mais amou em sua vida. “Sobre seu corpo, também segundo informações colhidas pela DDPA, foi queimado, e poucas são as possibilidades de encontrarmos alguma materialidade, além das milhares que a Matheusa deixou em vida, e que muito servirão para que possamos ressignificar a realidade brutal que estamos vivendo”, diz o texto, que menciona a produção artística do estudante. “Infelizmente, as últimas informações que chegaram até nós e até a instituição pública que está desenvolvendo o processo de investigação demonstram diferentes faces da crueldade a qual estamos submetidos”, lamentou. “E, ‘se tiver que existir uma dicotomia entre o amor e ódio, eu escolho o amor’, nesse momento, continuo escolhendo o amor, pois sei que como essa frase, minha irmã escreve isso nos corpos de todos que já foram e ainda serão atravessas pela existência da MATHEUSA”.

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