Em um desfecho surpreendente para um caso que capturou a atenção pública, a Corte de Apelação de Rennes absolveu um estudante de extrema direita anteriormente condenado por perturbar um atelier de leitura para crianças. O evento, realizado em maio de 2023 na cidade de Saint-Senoux, Ille-et-Vilaine, foi liderado por três artistas drag queens e destinava-se a promover a igualdade de gênero entre crianças de 3 a 6 anos.
Os fatos remontam ao dia 13 de maio de 2023, quando cerca de vinte militantes de extrema direita se reuniram diante da médiathèque local, com o intuito de interromper o evento. Durante a manifestação, foram entoados slogans de ódio e distribuídos panfletos que contrariavam a natureza inclusiva do atelier. A polícia interveio, resultando na detenção do organizador do protesto, um jovem estudante da Sciences-po Rennes.
Inicialmente, o estudante enfrentou uma condenação a quatro meses de prisão em primeira instância. No entanto, em 17 de abril de 2024, a corte superior revisou o caso e decidiu pela sua absolvição, argumentando que as acusações contra ele não foram suficientemente fundamentadas para sustentar uma condenação.
Este caso tem sido central em debates sobre liberdade de expressão e os limites da manifestação pública. Além disso, levantou questões significativas sobre a aceitação social e a proteção de eventos que visam educar e informar crianças sobre diversidade e inclusão. A decisão da Corte de Apelação tem sido vista tanto como uma vitória para os direitos individuais de protesto quanto como um possível sinal de alerta para ativistas que lutam pelos direitos de comunidades marginalizadas.
O resultado também sublinha a complexidade dos desafios legais e sociais enfrentados por organizações e indivíduos que promovem a inclusão em ambientes que podem não ser totalmente receptivos a tais mensagens. Este caso provavelmente continuará a ser um ponto de referência para futuras discussões e litígios relacionados a direitos civis e liberdades públicas na França.